Faeg debate agilidade no pagamento ao produtor de leite

Buscando encontrar uma alternativa para reduzir o prazo de pagamento pelo leite, a Comissão de Pecuária de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) recebeu produtores de vários cantos do estado para uma reunião na sede da entidade. O encontro aconteceu na última semana e serviu também para definir especificações do setor lácteo, como mercado, sanidade animal, além da situação das empresas Manacá e Mercúrio, ambas com histórico de atraso no pagamento dos produtores.

Publicado por: MilkPoint

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Entregar o produto e só receber, em média, depois de 45 dias não é uma realidade das mais animadoras. Mas é assim que os produtores goianos de leite tocam seu negócio. Buscando encontrar uma alternativa para reduzir esse prazo, a Comissão de Pecuária de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) recebeu produtores de vários cantos do estado para uma reunião na sede da entidade. O encontro aconteceu na última semana e serviu também para definir especificações do setor lácteo, como mercado, sanidade animal, além da situação das empresas Manacá e Mercúrio, ambas com histórico de atraso no pagamento dos produtores.

No que se refere ao prazo de pagamento, o gerente de Assuntos Técnicos e Econômicos da Faeg, Edson Novaes, conta que o dinheiro chega ao produtor 45 dias depois da entrega. “O que estamos buscando é que os produtores de leite possam encontrar meios, juntamente com a Faeg e outras entidades, para receberem com prazo de 15 ou 30 dias após a entrega”, defende.


Comissão da Faeg recebeu produtores para reunião na sede da entidade. Foto: Fredox Carvalho

Além disso, ele explica que os produtores estão tomando suas ações específicas e que alguns deles citam o envolvimento do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) nesse processo. Porém, Edson é enfático ao dizer que isso ainda é uma questão a ser discutida em futuras reuniões. “Logicamente, a Federação fará o que for melhor para a cadeia produtiva. Nosso intuito é dialogar com as empresas para que elas sejam parceiras dos produtores e adotem esse tipo de mecanismo”, explica.

Além do prazo de pagamento, dentre os vários pontos discutidos, as questões referentes as formas de comercialização do setor abriram amplo espaço durante o evento, afinal, impactam diretamente na fonte de renda de quem figura no campo, em específico na área leiteira. Na ocasião, Edson também falou sobre a atual situação das empresas Manacá e Mercúrio. No caso da Manacá, Edson explicou que não há nada que possa ser feito por parte da Federação até que a empresa apresente seu plano de recuperação judicial. “Atuaremos a fim de verificar, após a apresentação, se o plano atende os produtores de modo geral. Enquanto isso, eles podem continuar a procurar a Manacá para renegociação por meio de interpelações judiciais”, acrescenta.

Sobre a Mercúrio, empresa que adquiriu uma planta industrial da antiga Leite Bom e atual LBR-Lácteos Brasil, o gerente informou que existe um débito em aberto junto aos produtores, mas que a Faeg já se organiza para acompanhar, oficialmente, as negociações. “A Federação, de imediato, tomou a atitude de bloquear qualquer tentativa de aquisição de benefícios fiscais do estado por parte da Mercúrio, sem antes que esta honre com o compromisso feito”, diz Edson, acrescentando que os produtores podem, sim, tomar qualquer providência em termos judiciais.

Ater-se aos aspectos econômicos do setor é sempre um fator estritamente relevante ao bom desenvolvimento da atividade. No que se refere ao mercado do leite, o gerente Edson Novaes fez questão de alertar sobre a necessidade de um produtor bem informado sobre a atual situação da importação dos lácteos, da oferta e da queda do preço do leite longa vida.

No caso das importações, Edson comenta que nos últimos leilões a questão da recuperação dos preços no mercado internacional e o aumento do dólar provocaram redução na compra do leite que vem de fora. No caso da oferta, os membros da comissão destacaram que o momento é de entrada da safra de leite, porém, o baixo volume de chuvas não foi capaz de aumentar a oferta num nível substancial, impactando assim os preços. “A safra do Sul, a qual imaginávamos que seria maior, não deu o rendimento esperado. Então, não houve uma oferta exagerada que promoveu um excesso de leite para justificar a queda de preço”, informa.

Apoiado por todos os presentes, ficou-se estabelecido a criação de um Grupo de Trabalho (GT) com o objetivo de se manter ‘quentes’ as discussões realizadas durantes as reuniões da Comissão. A ideia é que os temas tratados sejam trabalhados em períodos de tempos cada vez menores, para que assim o trabalho seja melhor desenvolvido. “Além da sanidade animal, um dos principais temas em debate no GT será a questão dos meios de negociação do nosso produto. O que realmente queremos é que os assuntos sejam lembrados durante a semana, para que não haja perca das temáticas durante o prazo de 60 dias entre uma reunião e outra”, informa o presidente da Comissão, Antônio Silva.

As informações são do Sistema Faeg. 
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RAMON CAMPOS FARIA
RAMON CAMPOS FARIA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/09/2015

Ao meu ver, o maior problema  não está em receber 45 dias depois da entrega da primeira coleta do leite. A exemplo da maioria dos trabalhadores, o pagamento pelo produto (serviços prestados) são realizados 35 a 40 dias após o primeiro dia trabalhado do mês. O maior gargalo é em relação a garantias ao produtor de leite. Na grande maioria dos casos o produtor não tem ao menos um contrato e muito menos sabe o quanto vai receber pelo produto entregue, o contrário dos trabalhadores que, em sua maioria, antes mesmos de iniciar a prestação dos serviços, já tem um contrato firmado definindo todos os detalhes do serviço e da parte financeira.
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