Exportadores de lácteos se beneficiam de demanda chinesa por pizza e bolo

Os consumidores chineses estão cada vez mais aderindo a alimentos não tradicionais no país, como bolos e pizzas, o que vem impulsionando a demanda por queijos importados. Lojas que vendem produtos de confeitaria, como a Black Swan, em Pequim, importam queijo cremoso e outros produtos lácteos da Fonterra, da Nova Zelândia, que está aumentando sua produção de queijos para suprir a crescente demanda chinesa.[...]

Publicado por: MilkPoint

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Os consumidores chineses estão cada vez mais aderindo a alimentos não tradicionais no país, como bolos e pizzas, o que vem impulsionando a demanda por queijos importados. Lojas que vendem produtos de confeitaria, como a Black Swan, em Pequim, importam queijo cremoso e outros produtos lácteos da Fonterra, da Nova Zelândia, que está aumentando sua produção de queijos para suprir a crescente demanda chinesa.

As dietas chinesas tradicionalmente eram pobres em produtos lácteos, em parte porque a maioria dos adultos chineses é intolerante à lactose. Os queijos e o creme de leite contêm menores níveis de lactose do que o leite.

O Euromonitor International espera que o mercado chinês aumente em 33%, para US$ 547 milhões nesse ano. “Os gostos dos consumidores chineses estão se desenvolvendo e mais pessoas estão se tornando mais acostumadas com a cultura alimentícia ocidental”, disse o Euromonitor. “Com a rápida expansão das redes de fast food, como Pizza Hut e McDonald’s, a maioria dos chineses já experimentou queijos e descobriu que são capazes de aceitá-lo”.

Os restaurantes e padarias são responsáveis por 80% do mercado. As redes de pizzaria em particular estão se multiplicando rapidamente – a Yum Brands Inc está querendo expandir além de suas 1.600 lojas do Pizza Hut na China. Os 20% restantes do mercado são direcionados pelos consumidores no varejo, a maioria comprando queijos para crianças como um lanche saudável.

“As companhias importadoras de lácteos estão realmente comecando a pensar sobre desenvolver seus segmentos de queijos”, disse o diretor executivo da Daxue Consulting em Xangai, Matthieu David-Experton. “O mercado está aberto”.

A Fonterra, que já fornece queijo mussarela para a maioria das 300 milhões de pizzas vendidas todo ano na China, está agindo rapidamente, buscando reduzir sua dependência do leite em pó, que teve uma queda de preços a seu menor valor em seis anos.

A Fonterra investiu mais de US$ 170 milhões para dobrar sua capacidade de produção de mussarela, queijo cremoso e queijos processados fatiados nos últimos 18 meses.

A companhia recentemente desenvolveu uma tecnologia para criar uma versão congelada e moída de mussarela em um dia, muito mais rápido do que o processo tradicional de dois meses. Sua planta na Nova Zelândia operou 24 horas por dia em junho, usando leite redirecionado da produção de leite em pó.

“Uma maior proporção do nosso leite nesse inverno foi para o setor de serviços alimentícios e produtos ao consumidor e é por isso que temos plantas disponíveis, temos demanda e estamos priorizando o leite nessas áreas”, disse o diretor gerente da Fonterra de operações globais, Robert Spurway.

A Nova Zelândia é a maior fornecedora de queijos à China com cerca de 45-50% das importações, mas outros países estão seguindo seus passos. A Austrália tem cerca de 20% do mercado, os Estados Unidos cerca de 15-20% e a Europa cerca de 10-15%.

A companhia americana Kraft Heinz Co, que vende produtos com o Kraft Parmesan Cheese na China, disse que vê um “potencial significativo não aproveitado” para muitas de suas marcas na China.

Os Estados Unidos têm a ambição de aumentar a posição da China no ranking dos mercados de exportação de queijos – atualmente, o país está em quinto lugar -, disse o Dairy Export Council. “Assim como a Fonterra e outros fornecedores da Oceania e da Europa estão vendo, vemos a China como uma crescente oportunidade”, disse o vice-presidente de comunicações do conselho, Alan Levitt.

A Arla Foods, da Dinamarca, maior produtora de mussarela da Europa, disse que espera que seus negócios dobrem na China nesse ano. “Continuamos vendo os consumidores chineses usarem e consumirem queijos mais e mais”, disse o chefe da cooperativa para a Ásia, Jesper Colding.

Domesticamente, a líder é Bongrain (Tianjin) Foods Co Ltd, subsidiária da companhia francesa, Savencia Fromage and Dairy. A Bongrain no ano passado abriu sua primeira loja de varejo de queijos pela internet no mercado online Tmall Global, do Alibaba Group Holding, e também lançou uma linha sobremesas de queijos, embaladas como sorvete e vendidas como lanches.

Porém, para muitos, parte do segredo vem de usar queijos estrangeiros, não importando o custo. O chef de uma das cinco With Wheat Bakeries, em Pequim, Lin Yuwei, usa produtos da Fonterra em criações inspiradas por uma visita às fazendas leiteiras na Nova Zelândia e na Austrália. “Como uma rede de padarias de alta qualidade, estamos dispostos a pagar os preços pelos lácteos de qualidade superior”.

A reportagem é da Reuters, traduzida pela Equipe MilkPoint.
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