A China ultrapassará os Estados Unidos para se tornar o maior mercado de lácteos do mundo até 2017, previu o Euromonitor. Direcionado pelo crescente apetite por leite, queijos e iogurte do país, o mercado de lácteos chinês dobrará em tamanho, para US$ 70 bilhões em 2019, sugerem dados do Euromonitor. Com essa taxa, o Euromonitor espera que a China ultrapasse os Estados Unidos em 2017.
“O aumento das receitas médias anuais, a maior disponibilidade de supermercados e mais pessoas tendo refrigeradores nas áreas rurais, bem como nas áreas urbanas, têm um efeito positivo no desenvolvimento das vendas de lácteos”, disse a analista do mercado de alimentos do Euromonitor, Lianne van den Bos.
Nesse período, o Euromonitor espera que a Rússia e o Brasil fiquem em quarto e quinto lugares nos rankings globais de lácteos em 2014 – ultrapassando França e Alemanha, que deverão cair para quinto e sexto lugares, respectivamente.
O setor global de lácteos passou por “outro ano de forte crescimento” em 2014, aumentando em 7% com relação a 2013. “A uma grande extensão, o maior crescimento no valor ainda será gerado por mercados emergentes, apoiados por China e Brasil, enquanto os mercados desenvolvidos estão lutando contra a maturidade”.
O Brasil, disse van den Bos, adicionou US$ 13 bilhões às vendas globais de lácteos nos últimos cinco anos – mais que França, Alemanha e Japão. “Para colocar esses dados em perspectiva, isso é o dobro das vendas adicionais da região da Europa Ocidental combinada, uma região que tem o segundo maior gasto per capita com lácteos globalmente, apenas atrás da Australásia. Direcionando esse crescimento está a acessibilidade de certa forma recente dos produtos lácteos”.
O crescimento da classe social C do Brasil, formada por trabalhadores manuais e de escritório e proprietários de pequenos negócios, também contribuiu. “O rápido crescimento dessa classe está criando uma série de oportunidades para marcas, à medida que vários itens alimentícios, como queijos e iogurte, antes considerados caros e extravagantes, agora estão dentro do alcance dos consumidores anteriormente pobres”.
Comentando sobre o ranking negativo da Europa Ocidental, ela disse: “A maturidade da categoria de lácteos é um problema nesses mercados, onde uma maior penetração não é muito provável. Ao invés disso, o uso de proveniência e a introdução de novos padrões de consumo de produtos lácteos está ajudando a direcionar o crescimento de valor enquanto o consumo per capita na maioria dos mercados maduros, incluindo França e Alemanha, está declinando”.
Na França, por exemplo, os esforços dos processadores para comercializar queijos com o status de indicação geográfica (GI) da União Europeia (UE) tem “mostrado ser bem sucedido em impulsionar as vendas e estabelecer a presença da marca”. Da mesma forma na Escandinávia, onde produtos lácteos tradicionais como skyr e quark da Islândia “estão direcionando crescimentos de duplo dígito para toda a categoria”.
Para o futuro, o Euromonitor prevê que metade das novas vendas entre 2014 e 2019 virá de oito mercados, que são, em ordem de influência: China, Estados Unidos, Brasil, Rússia, França, Japão, Alemanha e Reino Unido, que direcionarão esse crescimento.
A reportagem é do Dairy Reporter, traduzida pela Equipe MilkPoint Brasil.