Mais produção de iogurte grego significa mais soro do leite, um subproduto do processo. Os fabricantes de iogurte comumente o enviam de volta às fazendas, onde é usado como alimento animal ou fertilizante, mas esse subproduto também pode ser usado para gerar energia em vários locais.
Na planta de águas residuais Gloversville-Johnstown, oeste de Albany, o subproduto que é obtido da indústria de iogurte Fage, vai para tanques de 1,5 milhão de galões (5,68 milhões de litros), contendo bactérias anaeróbicas, chamado de digestor anaeróbico. O gás metano resultante se torna um combustível que gera eletricidade quase suficiente para abastecer a planta.
“Se os geradores estão desligados, temos uma conta de US$ 500.000 por ano de eletricidade. Conseguimos 90% de redução deste custo pela energia gerada pelo digestor, disse o consultor, George Bevington. Ele dexplica que cerca de 500.000 galões de soro do leite (1,89 milhão de litros) entram na planta semanalmente e cerca de dois terços dos resíduos orgânicos entram no digestor.
Nova York se beneficiou da maior demanda por iogurte grego dos Estados Unidos mais que nenhum outro local. As companhias líderes de mercado, Chobani e Fage, têm grandes plantas de produção no Estado, uma área dotada de indústrias que produzem diferentes tipos de iogurte. A planta da Muller Quaker Dairy, joint venture entre PepsiCo e a alemã Theo Muller, começou a produzir iogurte na região oeste de Nova York nesse mês.
É preciso cerca de quatro litros de leite para fazer um litro de iogurte grego, de forma que mais iogurte grego significa mais soro de leite ácido (ao contrário do soro de leite doce, menos ácido, associado com a fabricação de queijos). Apesar de não ser tóxico, os produtores precisam dar um destino a esse subproduto.
Até 80% do soro do leite da planta da Fage nos Estados Unidos é canalizado diretamente para o sistema de digestor da indústria para produção de energia elétrica. O restante, vai para produtores que também direcionam para digestores anaeróbicos ou para a alimentação animal, disse o porta-voz da companhia, Russell Evans. “Essa é certamente uma forma custo-efetiva positiva do uso do soro do leite”, disse ele. A planta está querendo dobrar sua capacidade e está trabalhando para manter uma alta porcentagem de soro nos digestores.
A porta-voz da Chobani, Lindsay Kos, disse que a maioria do soro do leite de sua planta no centro de Nova York é enviada de volta aos produtores para ser usada na alimentação animal. Aproximadamente um terço do soro do leite da Chobani é usado como fertilizante e uma pequena porcentagem é usada para produzir energia, disse ela.
O produtor de leite de FInger Lakes, Neil Rejman, que tem 3.300 vacas, aceita regularmente soro do leite da Chobani. Apesar de o soro normalmente representar menos de 5% do que vai no digestor, ele ajuda Rejman a manter seu digestor funcionando na capacidade máxima de 1.000 quilowatt-hora.
Porém, essa solução pode ser cara para os pequenos produtores ou para os que estão passando por dificuldades. Rejman disse que seu digestor custou cerca de US$ 4,5 milhões para ser instalado, com US$ 1 milhão de auxílio da Autoridade de Desenvolvimento e Pesquisa em Energia de Nova York. O governador do Estado, Andrew Cuomo, disse que nesse ano dobrará o incentivo máximo para até US$ 2 milhões por instalação, como parte do compromisso do Governo do Estado para ajudar as indústrias de iogurtes.
Existem pelo menos duas plantas de tratamento de resíduos que usam soro do leite. Além de Johnstown-Gloversville, outra planta em Ithaca usa pequenas quantidades de soro da FAge. Bevington espera que mais plantas de tratamento sejam instaladas. “Isso está ganhando força”, disse ele.
A reportagem é do www.kansas.com, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.