EUA: produtos lácteos de vacas criadas a pasto podem ter maior valor agregado

O leite de vacas criadas a pasto pode criar um nicho de valor agregado no departamento de lácteos. Organic Valley e Maple Hill Creamery, duas marcas de lácteos que usam leite produzido a pasto nos Estados Unidos, estiveram nos noticiários no final de 2016. O leite produzido a pasto possui naturalmente cálcio, ácidos graxos ômega 3, que são benéficos à saúde, e ácido linoleico conjugado (CLA), de acordo com a Organic Valley.

Em dezembro, a marca de lácteos, Organic Valley anunciou que havia adicionado 12 fazendas de produção de leite 100% a pasto nos Estados do Meio Atlântico. Isso permitirá que a companhia aumente a produção de seus produtos lácteos Organic Valley Grassmilk. A Organic Valley, de propriedade da cooperativa agrícola CROPP, sediada em La Farge, no estado do Wisconsin, disse que a expansão a tornará a maior produtora de leite orgânico, 100% a pasto, dos Estados Unidos.

Em novembro, a Sunrise Strategic Partners, Boulder, Colorado, sinalizou sua confiança em produtos de leite a pasto ao fazer um investimento minoritário na Maple Hill Creamery, processadora do estado de Nova York de produtos lácteos orgânicos produzidos a pasto, incluindo iogurtes de leite integral, kefir, queijos e leite. O investimento permitirá que a Maple Hill, Stuyvesant, N.Y., invista em vendas, marketing e fornecimento para apoiar o rápido crescimento da marca.

"A Maple Hill Creamery é uma das marcas de lácteos de mais rápido crescimento neste canal", disse Steve Hughes, co-fundador da empresa de investimentos. O CEO da Maple Hill, Tim Joseph, fundou a companhia em 2009 e começou a fabricar e vender produtos de iogurte orgânicos, 100% produzidos a pasto de sua fazenda para varejistas no norte de Nova York. O negócio tem agora mais de 100 fazendas, representando 25% de todas as fazendas de leite orgânicas que operam no estado de New York.

A Organic Valley disse que é a marca número 1 de lácteos produzidos a pasto, mas reconhece que não há padrões unificados para reivindicar esse primeiro lugar. Em 2015, a Organic Valley contratou Mark Lipson para consultar sobre a questão. Lipson é um ex-assessor de política orgânica do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que agora trabalha no Centro de Agroecologia e Sistemas de Alimentos Sustentáveis da Universidade da Califórnia em Santa Cruz.

Lipson foi convidado a reunir e facilitar uma equipe de partes interessadas liderada pela American Grassfed Association (da qual a Organic Valley é um membro) e incluindo produtores rurais, processadores e varejistas. O objetivo do grupo é recomendar um padrão industrial comum.

Os 12 novos produtores de leite a pasto da Organic Valley estão em Virgínia Maryland e Pensilvania. O leite é engarrafado e distribuído por processadores parceiros. No início deste ano, a Organic Valley criou uma nova rota de leite a pasto no Nordeste, que vai de Nova York à Pensilvânia. A cooperativa, que pertence aos produtores, agora tem um total de 121 fazendas leiteiras na Califórnia, Wisconsin, Ohio, Vermont, Nova York, Pensilvânia, Virgínia e Maryland. Mais produtores de leite a pasto deverão se unir à Organic Valley em 2017 para apoiar um crescimento adicional e o desenvolvimento de novos produtos.

Além de ser certificada como Orgânica pelo USDA, o leite classificado como “grass-fed” são de vacas criadas 100% a pasto, ou seja, que só podem consumir pastagem fresca orgânica e forragens secas, como feno. Elas não recebem grãos suplementares, como milho ou soja. Esse leite especial vai para os produtos da marca Organic Valley Grassmilk, que inclui leite, iogurte e queijos.