EUA: Maus tratos à animais levam a demissão e possível condenação
Trabalhadores da maior operação leiteira de Idaho, nos Estados Unidos, que fornece produtos indiretamente a gigantes como Kraft e Wendy?s, foram acusados de crueldade animal após uma filmagem feita secretamente ter revelado abusos.
Publicado por: MilkPoint
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Os três ex-funcionários da Dry Creek Dairy, em Hansen, da Bettencourt Dairies, foram vistos batendo nas vacas com um bastão enquanto elas escorregavam e caiam no chão molhado de concreto; chutando, empurrando e batendo nas vacas que caíram entre as barras de metal das instalações de ordenha; e uma vaca sendo arrastada para fora do celeiro com uma corrente em seu pescoço enquanto está deitada no chão de concreto.
Luis Bettencourt, o dono da fazenda, disse que quando o Departamento de Agricultura de Idaho falou a ele sobre o vídeo e sobre as alegações em agosto ele “passou mal”. A operação leiteira de Bettencourt é a maior em Idaho, com 13 plantas e cerca de 60.000 vacas.
O promotor de Twin Falls County, Grant Loebs, disse que registrou acusações do delito de crueldade animal contra Jesus Garza, Jose Acensio e Javier Victor Rojas Loayza no final de agosto, após uma investigação que foi desencadeada pelo vídeo. Se condenados, os homens terão que pagar uma multa de US$ 5.000 cada e serão presos pelo tempo referente a um primeiro delito.
“Não toleramos abusos animais. Esse é um grande problema para nós”, disse Bettencourt. “Eu amo meus animais e estou no negócio leiteiro desde que era criança. O cuidado com os animais é uma questão número um em nossos estabelecimentos”.
Bettencourt disse que oficiais do Departamento de Agricultura de Idaho mostraram o vídeo a ele em agosto e ele despediu cinco trabalhadores que aparecem no vídeo no dia seguinte. Nas semanas seguintes, ele instalou câmeras de vídeo em todas as suas instalações e contratou um supervisor a mais. “Também mostramos o vídeo a todos os outros funcionários em nossas fazendas, todos os 500 funcionários, e eles tiveram que assinar um acordo que dizia que entendiam que a tolerância é zero para abusos animais em nossas fazendas. Estamos no negócio há 30 anos e isso nunca aconteceu antes. Estamos todos chocados aqui”.
O diretor executivo da organização Mercy for Animals, Nathan Runkle, disse que essas medidas parecem ser “um pouco tarde demais”. Ele espera que o vídeo convença as redes Kraft Foods, Burger King e Wendy’s – companhias que Runkle disse que usam leite da Bettencourt Dairy – a parar de usar leite dessa companhia e que envie uma “mensagem clara à indústria de que o abuso com os animais não será tolerado”.
“Acreditamos que esse abuso estava ocorrendo e prosseguiu, sem controle, até que a Mercy for Animal colocou uma câmera escondida”, disse Runkle. “Não há fiscalização significativa dentro de uma fazenda comercial. No país, essa é na verdade nossa quarta investigação na indústria leiteira e em cada uma dessas investigações levou a acusações de crueldade animal”.
A organização quer que a Kraft faça um requerimento aos fornecedores para que estabeleçam políticas sobre o cuidado e o tratamento do gado, incluindo a proibição de animais serem arrastados, proibir que as fazendas leiteiras encurtem os rabos dos animais ou removam seus chifres após certa idade, e exigem o fornecimento de áreas limpas, secas e pisos antiderrapantes nas salas de ordenha.
A porta-voz da Kraft, Angela Wiggins, disse que a companhia continua trabalhando com seus fornecedores de lácteos para garantir que eles cumpram ou até excedam os cuidados com os animais. “A Kraft se preocupa com o bem-estar dos animais há anos. Já temos padrões altos para nossos fornecedores. Ela disse que o vídeo é perturbador e que a Kraft não tolera comportamentos abusivos, dizendo que a empresa está contente com a ação imediata tomada pelos envolvidos.
Wiggins também enfatizou que a Kraft não cria vacas leiteiras e não tem relação direta com a Bettencourt Dairies. Ela disse que a companhia planeja melhorar a comunicação com os fornecedores e consumidores e que postará isso em seu site na internet.
Loebs disse que a Bettencourt Dairies cooperou totalmente com a aplicação da lei. “Não há indicação de que os donos da fazenda foram cúmplices desse comportamento de alguma forma. Na verdade, eles foram extremamente cooperativos com a investigação. Eles deram apoio para que as acusações fossem registradas e, até onde posso dizer, é um incidente isolado”.
O Burger King admitiu que embora a investigação do Mercy for Animals indique que a Bettencourt possa participar de sua cadeia de fornecimento, eles estão conduzindo sua própria investigação. “Levamos esse assunto muito a sério”, disse um porta-voz da empresa “O Burger King Worldwide não tolera ou perdoa crueldade com animais. Como parte de nosso compromisso com o bem-estar animal, requeremos que todos os fornecedores e seus vendedores participem de nosso código de ética. A Burger King Worldwide lançou uma investigação imediata sobre essa alegação séria e tomará ações se houver evidências de violações das nossas políticas de bem-estar animal ou ao código de ética dos vendedores”.
Um porta-voz da Wendy’s disse que embora a Dry Creek Dairy, da Bettencourt Dairies, em Idaho, não seja um fornecedor direto da rede, eles vendem leite para a companhia que processa queijo, que então vende para um dos fornecedores diretos da Wendy’s. “Demos instrução aos fornecedores da Wendy’s para desassociar com a Bettencourt imediatamente”, disse o porta-voz da Wendy’s. “A Wendy’s mantém padrões rígidos de bem-estar animal com nossos fornecedores”.
A porta-voz do Departamento de Agricultura de Idaho, Pam Juker, disse que a agência lançou uma investigação imediatamente após o Mercy for Animals mostrarem o vídeo e outros documentos. A agência nunca tinha recebido qualquer queixa sobre bem-estar animal envolvendo a Bettencourt Dairies, disse ela.
O vídeo contém cenas forte de crueldade com os animais, caso queira assistí-lo, clique aqui.
Luis Bettencourt esteve presente no Interleite 2011 assistindo as palestras de seus conterrâneos.
A matéria é do Dailymail, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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PONTA GROSSA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 22/02/2013
Com certeza o Bitencourt ama seus animais, e como controlar todos os colaboradores, devem ser punidos por isso. Câmaras de monitoramento em grandes empreendimentos se justificam, uma maravilha em favor dos animais.
LONDRINA - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO
EM 29/01/2013
também acho que ele não tinha como saber de tudo que acontece com tantos animais...
mas também sabemos que é bastante frequente os maus tratos aos animais em grandes fazendas como essas, não na mesma intensidade que mostra o vídeo na maioria dos casos
porém por não cairem na midia não são vistas, muito menos punidas...
e a maioria dos casos acontece porque o funcionário ou não gosta do que faz ou simplesmente porque vêem os animais como máquinas...
o que eu penso é que sim deveria haver alguma forma de punição para a fazenda como um todo... fosse na forma de multa ou enfim qualquer outra forma...
não acho que o proprietário tenha que ser julgado como os funcionários que cometeram os crimes, talvez me expressei mal, mas tem de haver uma consequência sim...
esse é só um caso e tomou proporção porque é um mega produtor se houvesse legislação prevendo multas ou coisas do tipo seria uma forma de controlar os problemas de maus tratos mais eficientemente,
abraço

BURI - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 28/01/2013
as pessoas tem que gostar daquilo que faz,ou então não faça, o bem estar do funcionario ou se ele esta ganhando pouco, não é desculpa.

JARU - RONDÔNIA - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 28/01/2013

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 25/01/2013
Na frente de um juiz todos se dizem inocentes e jogam a culpa por seus atos nos outros, é óbvio que estes trabalhadores vão dizer que são vitimas de um patrão malvado que os paga mal e os explora, resta saber se o juiz vai acreditar ou aceitar as justificativas para o injustificável. É a mesma desculpa que muitos estupradores alegam na frente do juiz; " a culpa foi da mulher, ela estava usando uma roupa curta, eu perdi a cabeça", como se isto diminuísse o crime cometido. Por favor, não vamos ficar defendendo bandidos aqui e muito menos pedindo que a vitima seja condenada pelo crime do réu. Ponha-se no lugar deste fazendeiro, se ele chegou a 67000 vacas ele não é burro, jamais seria conivente com um ato destes, visto que espancar vacas nunca foi, não é e nem será insumo para aumentar a produção. Independente dos motivos que estes funcionarios tiveram ou que aleguem, foram eles que cometeram um ato criminoso contra as vacas e contra o proprietário das mesmas, portanto são eles que devem pagar e de forma exemplar para que outros pensem duas vezes antes de fazer o mesmo.

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO
EM 24/01/2013
No caso comentado, pode ter faltado olho do dono, talvez omissão, e quem sabe conivência.
Os maus tratos a que foram submetidos esses animais provavelmente refletiram em seu desempenho produtivo/reprodutivo além de seu status imunológico.
Como estava o controle leiteiro desses animais?
Como era o nível de descarte desses rebanhos?
Havia programa de capacitação e atualização da mão de obra nessas fazendas?
Se de um lado o criador alega falta de mão de obra qualificada, do outro ouvimos funcionários argumentando a melhor remuneração em outras atividades.
Então, onde está a raiz dos problemas?
Contudo, mesmo que fique provada a inocência dos proprietários, o justo pagará pelo injusto.
E o consumidor pagará mais caro pela mercadoria, por falta dessa matéria-prima que será embargada/boicotada pelas indústrias.
Diante do ocorrido, surge uma ótima oportunidade para todos os criadores (inclusive os nossos) reverem suas posições trabalhistas com seus funcionários.
Não é permissível tolerar as crueldades praticadas aos animais.
Mas também é preciso rever o "bem-estar" dos funcionários.
Finalizando, se me permitem parafrasear os ditos populares:
É "melhor prevenir do que remediar" para não "chorar pelo leite derramado"!
Saudações a todos.

JARU - RONDÔNIA - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 24/01/2013

JARU - RONDÔNIA - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 23/01/2013

MATO GROSSO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 23/01/2013
Eu prefiro nem ver o vídeo
Mas gostaria de dizer que ter um propriedade rural já é difícil, imagina várias
Não tem como o dono saber o que se passa, e os gerentes podem muito bem omitir a verdade
Tá faltando mao de obra qualificada em todos os setores, desde a agropecuária até a uma loja do shopping
Não podemos e não devemos culpar os donos, que além de nao verem sofreram já as consequências jurídicas.
´Quem cuida de gado de leite sabe que são animais que exigem o máximo de cuidado, com certeza o dono não ia querer mal tratos nos proprios animais
A fazendo deve ser multada, mas não precisa descrenciá-la de imediato, dêem uma nova chance!

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 22/01/2013
LONDRINA - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO
EM 22/01/2013
Os funcionários tem que ser punidos com certeza mas esse dono não pode ficar impune afinal ele é o responsável por tudo que acontece dentro das fazendas dele!!!!! ABSURDO!!!
Eu concordo com o Flávio isso pode ser reflexo de má administração... funcionários infelizes no emprego tendem a não dar valor no trabalho e não vestem a camisa!
Pobres animais o preço mais alto são eles que pagam....
TRISTE

REGENTE FEIJÓ - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 22/01/2013

JARU - RONDÔNIA - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 22/01/2013

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 21/01/2013
so porque o homem tem 67.000 vacas ja o querem comer .
Depois falam que se tem de produzir leite pro mundo todo!