Embrapa mapeia degradação das pastagens do Cerrado

Mais da metade das pastagens localizadas no Cerrado brasileiro podem estar em algum estágio de degradação. São 32 milhões de hectares em que a qualidade do pasto está abaixo do esperado, comprometendo a produtividade [...]

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Mais da metade das pastagens localizadas no Cerrado brasileiro podem estar em algum estágio de degradação. São 32 milhões de hectares em que a qualidade do pasto está abaixo do esperado, comprometendo a produtividade e gerando prejuízos econômicos e ambientais. Este é o cenário considerado mais realista evidenciado pelo estudo desenvolvido pela Embrapa Monitoramento por Satélite (SP) e concluído em novembro. A recuperação poderia ajudar até a triplicar a produção de carne nessas áreas ou contribuir para a expansão da agricultura, além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

O bioma Cerrado ocupa 203,4 milhões de hectares, o que corresponde a aproximadamente 24% do território nacional, abrangendo o Distrito Federal e mais 11 estados. Com características únicas, tem importância estratégica no cultivo de grãos e na pecuária, sendo o bioma com a maior produção agropecuária do País. Sozinho, responde por 55% da produção de carne. A pecuária tem participação significativa no produto interno bruto (PIB) e gera 6,8 milhões de empregos diretos e indiretos (8,3% dos postos de trabalho totais).

A pastagem extensiva é a principal fonte alimentar do rebanho brasileiro e contribui para a competitividade da produção nacional, que tem um dos menores custos no mundo, estimado em 60% e 50% daquilo que é gasto da Austrália e Estados Unidos, respectivamente. A degradação tem sido um entrave para o setor e as iniciativas de recuperação encontram dificuldades de implantação, entre outros motivos, devido à falta de informações atualizadas e detalhadas sobre a localização dessas áreas. Esses são dados fundamentais para políticas de recuperação e manejo racional das pastagens.

"A identificação, o mapeamento e o monitoramento do processo de degradação de pastagens no Brasil pode apoiar políticas públicas como o Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) do governo federal, que tem uma linha voltada exclusivamente para a recuperação de pastagens degradadas", explica o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Monitoramento por Satélite, Édson Luis Bolfe.

O estudo da Embrapa utilizou imagens do satélite Spot Vegetation e aplicou um coeficiente denominado Slope para identificar a ocorrência de pastagens com algum processo de degradação. O coeficiente foi utilizado como um ponto de corte ou referência para a definição de três cenários: muito otimista, otimista e realista. A pesquisa usou como base os dados do projeto Probio, do Ministério do Meio Ambiente, que contabiliza um total de 53 milhões de hectares de pastagens plantadas em todo o bioma Cerrado.

No cenário mais otimista, as pastagens consideradas com algum grau de degradação correspondem a cerca de 12,5 milhões de hectares, ou 24% do total das pastagens plantadas no Cerrado. No segundo cenário, classificado de otimista, essa área sobe para cerca de 18,4 milhões de hectares – 35%, um valor ainda menor do que aqueles estimados até então por estudos sobre o tema. Já num cenário considerado mais realista, foram identificados em torno de 32 milhões de hectares de pastagens degradadas, ou 60% das pastagens plantadas no Cerrado.

Em todos os cenários o estudo aponta para uma concentração da ocorrência de pastagens degradadas. Cerca de 80% dos locais em degradação foram encontrados nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, são justamente aqueles com as maiores extensões de áreas ocupadas por pastagem. O mapeamento pode auxiliar, por exemplo, no direcionamento de recursos e na orientação de iniciativas de recuperação em regiões prioritárias. As informações já estão disponíveis para acesso na internet no Sistema de Observação e Monitoramento da Agricultura no Brasil (SOMABRASIL) - http://www.cnpm.embrapa.br/projetos/somabrasil/.

As informações são da EMBRAPA.
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Leonardo José Lente
LEONARDO JOSÉ LENTE

CÁCERES - MATO GROSSO

EM 21/01/2015

Excelente matéria, no entanto é necessário que os pecuaristas tenham conhecimento desta realidade e o quanto ele esta deixando de deixando de ganhar. Alem disso esta contribuindo seriamente para uma situação que gera prejuízos a todos. Mas, também, este pecuarista deveria ter uma maior atenção por parte dos nossos governistas, pois é clara a falta de politicas publicas para este e quando se tem é apenas em pontos isolados o que reflete a realidade. Atualmente o custo beneficio é bem pouco, este fator desencoraja nosso produtor, no entanto se este tiver um acompanhamento com orientações e resultados é certo que qualquer um mudaria seu conceito.
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