Os agentes envolvidos no projeto elaboraram o cronograma de ação e discutiram o plano de negócios do empreendimento, que teve início em outubro do ano passado, quando o consórcio formado pela CRV-Lagoa e Zoetis venceu o edital de chamamento público, realizado pela Embrapa, para participar do desenvolvimento das pesquisas.
Os trabalhos vão identificar genes de interesse econômico para a pecuária de leite de cerca de 10 mil animais. As pesquisas serão concluídas com o desenvolvimento de uma ferramenta de seleção genômica, que irá identificar touros e vacas de maior potencial genético para produção de leite e resistência a várias doenças transmitidas geneticamente.
Por meio da seleção genômica poderão ser identificados de forma precoce os touros de genética superior para a entrada em teste de progênie. Segundo o pesquisador da Embrapa Marcos Vinícius Gualberto Barbosa da Silva, com isto, o risco de se ter touros de baixa qualidade genética em teste será reduzido. “Haverá também diminuição no tempo gasto para se testar um touro”. A utilização da genômica irá ainda potencializar a seleção dos indivíduos, aumentando a confiabilidade associada aos valores genéticos.
Os resultados da prova de um touro nos testes de progênie são publicados quando o animal tem por volta de oito ou nove anos de idade. “A seleção genômica poderá reduzir de forma significativa esse tempo”, afirma o chefe adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Gado de Leite, Rui da Silva Verneque.
O custo para se avaliar um touro também pode cair sensivelmente. Hoje se gasta no Brasil em torno de R$ 25.000,00 para testar um macho. Considerando que somente um ou dois touros de cada dez é efetivamente usado, o custo para se testar um touro pode chegar a R$ 250.000,00. “Os marcadores moleculares irão possibilitar que esse custo seja reduzido a uma parcela mínima desse valor”, conclui Marcos Vinícius.
A reportagem é da Embrapa, adaptada pela Equipe MilkPoint