Embargo russo pode significar grandes negócios para América Latina

O embargo de um ano aos produtos alimentícios da União Europeia (UE), Estados Unidos, Canadá e Noruega imposto pela Rússia forçará o país a aumentar as importações de alimentos da América Latina, especificamente Equador, Brasil, Chile e Argentina. A Rússia banirá as importações de carnes, lácteos, frutas e vegetais de países que impuseram sanções [...]

Publicado por: MilkPoint

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O embargo de um ano aos produtos alimentícios da União Europeia (UE), Estados Unidos, Canadá e Noruega imposto pela Rússia forçará o país a aumentar as importações de alimentos da América Latina, especificamente Equador, Brasil, Chile e Argentina.

A Rússia banirá as importações de carnes, lácteos, frutas e vegetais de países que impuseram sanções à Rússia por causa do conflito com a Ucrânia, o que abre as portas para os parceiros da Rússia do outro lado do mundo.

A Rússia terá que cobrir uma lacuna de 8% de suas importações agrícolas totais que são oriundas da UE, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Noruega. Holanda, Alemanha e Polônia são atualmente os maiores fornecedores de alimentos à Rússia na UE.

Carnes e produtos lácteos de Equador, Chile e Uruguai poderão aparecer nas prateleiras dos supermercados russos no começo de setembro, disse a porta-voz da autoridade russa, Rosselkhoznadzor, Julia Trofimova.

Na quarta-feira (06), os três países confirmaram que estão prontos para começar à fornecer bens agrícolas à Rússia e Moscou em breve fará reuniões com embaixadores do Brasil e da Argentina.

As barreiras de importação poderão se expandir a qualquer país que tenha uma política de sanção contra a Rússia, incluindo: Albânia, Austrália, Reino Unido, Alemanha, UE, Islândia, Canadá, Látvia, Liechtenstein, Lituânia, Moldova, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Estados Unidos, Ucrânia, França, Montenegro, Suíça, Estônia e Japão.

Veja o que as principais economias da América Latina têm a oferecer:

Brasil

Os principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil são soja, cana de açúcar, carnes, café e tabaco. Em 2012, o comércio entre Rússia e Brasil alcançou US$ 5,9 bilhões e as exportações totais à Rússia foram de US$ 3,14 bilhões, ou 7% do total de US$ 43 bilhões de bens importados pela Rússia dos países agora sancionados no ano passado.

O Brasil já tinha expressado interesse em expandir a presença no mercado russo e está pronto para exportar carnes e produtos lácteos à Rússia. Para que isso possa prosseguir, o Roselkhoznadzor terá que anular a restrição contra companhias de carnes brasileiras imposta em julho de 2011.

“Dados os resultados das negociações, o interesse dos importadores russos, a obtenção de garantias do Serviço Veterinário Brasileiro, o Rosselkhoznadzor considera possível cancelar as restrições temporárias no número de companhias brasileiras para a produção de produtos de origem animal”, disse a autoridade russa.

Antes das restrições em 2011, o Brasil era o maior fornecedor de carnes à Rússia.

Argentina

Os produtos agrícolas dominam as exportações da Argentina. A Rússia importa da Argentina peras, uvas, maçãs, frutas cítricas, carne bovina, amendoim, manteiga e queijo e, em 2012, o comércio excedeu US$ 1 bilhão. Os produtores de carne da Argentina estão considerando a possibilidade de aumentar as exportações à Rússia, mas, assim como o Brasil, enfrentam restrições comerciais.

Chile

Em 2013, o Chile exportou US$ 567 milhões de produtos agrícolas à Rússia, principalmente salmão, truta, carne suína e vinho. A Rússia importa uma grande quantidade de gelatina do Chile. Regionalmente, o Chile exporta uma gama de frutas, incluindo uva, abacate, ameixas e kiwis.

Equador

Mesmo com o Equador exportando principalmente para Estados Unidos e UE, o país ainda tem potencial para aproveitar o mercado russo de agricultura e matérias-primas. No momento, banana, flores, café e chá são enviados à Rússia.

Uruguai

O Rosselkhoznadzor também disse que planeja aumentar o número de importações de alimentos do Uruguai, incluindo carne de cordeiro, carne bovina, carne suína e produto lácteos, disse a porta-voz da autoridade russa, Yulia Trofimova. “O Uruguai nos disse, entre outras coisas, que aproveitará o máximo das oportunidades abertas para aumentar as exportações de seus produtos”, disse ela, acrescentando que a agência russa também planeja assinar um acordo separado com oficiais uruguaios para fornecer carne bovina de alta qualidade.

A reportagem é do http://rt.com e http://en.itar-tass.com, traduzida pela Equipe MilkPoint Brasil.
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