O Estado de Minas Gerais se sobressai como maior produtor de queijos artesanais do país. Com o objetivo de aumenta a segurança alimentar e a qualidade dos produto. A Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado (EPAMIG) atua em várias linhas de estudos neste sentido.
Uma das iniciativas refere-se aos testes com embalagens ativas, as quais apresentam uma permeabilidade seletiva, podendo evitar a ocorrência de diversos defeitos, os quais podem surgir durante o período de cura além de agregar valor ao queijo.
De acordo com Junio de Paula — Coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Leite e Derivados da EPAMIG — “o intuito desta proposta é realizar experimentação, comparando os queijos artesanais produzidos com a aplicação da embalagem àqueles produzidos sem a utilização."
“A ação visa aperfeiçoar e promover a sustentabilidade do tradicional sistema de produção, agregando valor ao queijo e, consequentemente, melhorando a renda das famílias produtoras”, complementa.
Os testes preliminares estão sendo feitos e os experimentos com a “embalagem inteligente” irão começar pela Região da Serra da Canastra, os quais posteriormente devem ser expandidos para as demais regiões produtoras de queijos artesanais.
“A Canastra é umas das microrregiões de queijos artesanais mais clássicas e possui também queijos de longa maturação. A proximidade e a parceria firmada com a Associação do Produtores de Queijo Canastra (Aprocan) nos incentivou a começar o projeto naquela região e também na região do Campo das Vertentes, onde a EPAMIG possui um Centro de Pesquisa e Treinamento em Queijos Artesanais”, diz Junio.
A tecnologia utilizada no filme plástico da “embalagem inteligente” permite a saída da umidade. Dessa forma, naturalmente forma-se uma casca no queijo, ao passo que em impede contaminações.
Segundo Junior, “isso a difere das embalagens termoencolhíveis a vácuo convencionais, que não possuem permosseletividade do material e o não deixam o queijo perder umidade, o que altera o produto e não forma casca. Uma característica natural e importante desse queijo”.
“Visualizamos a aplicação e utilização desta tecnologia para os nossos queijos artesanais de leite cru, pois ela está sendo utilizada com muito sucesso nos queijos italianos de elevado valor agregado”, destaca.
O pesquisador também é professor do Instituto de Laticínios Cândido de Tostes (EPAMIG/ILCT) salienta que no queijo artesanal o período de cura é necessário para o queijo ganhar qualidade, proporcionando o desenvolvimento de sabor e aroma a aumento da segurança do produto.
“A maioria dos problemas que acontecem com o queijo artesanal ocorrem durante esta etapa, com o aparecimento de trincas, mofos indesejados e outros defeitos de textura e de casca”, finaliza.
Além das questões mencionadas o estudo também faz a verificação do efeito nos aspectos de apresentação, características físico-químicas, sensoriais e microbiológicas e conta com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
A DSM patenteou a embalagem desenvolvida e testada. A empresa possui um termo de parceria firmado para fornecimento das embalagens que serão utilizadas nos experimentos.
As informações são da EPAMIG, adaptadas pela Equipe MilkPoint.