A Dannon acha que sim. E ao fazer essa declaração ousada, a companhia francesa, com fortes raízes na América do Norte, pode estar mirando a rival Chobani na corrida pelo espaço no mercado de produtos com “ingredientes naturais”.
Quando a Dannon anunciou que venderia iogurtes sem organismos geneticamente modificados (OGM), não estava falando das vacas que produzem o leite, mas sim, do alimento fornecido a essas vacas. A decisão da companhia também parece uma reação à lei de rotulagem sobre OGM, de Vermont, que deverá ser implementada em julho.
Como será feita essa transição?
O primeiro impacto dessas mudanças será visível em julho de 2016, quando a companhia mudará para ingredientes mais naturais que não contenham ingredientes geneticamente modificados para suas marcas Oikos, Danimals e Dannon. Essas marcas representam 50% do atual volume da companhia.
Para o ingrediente de base da companhia – o leite – a Dannon deverá dar um passo maior. A partir de 2017, e completando a transformação até o final de 2018, a Dannon trabalhará com seus produtores parceiros para garantir que as vacas que fornecem leite à Dannon sejam alimentadas com ração sem OGMs, um feito inédito para uma fabricante de iogurte não orgânico.
Para aumentar a transparência, de acordo com a Dannon, a partir de dezembro de 2017 os rótulos da Dannon notarão a presença de ingredientes com OGM em todos os produtos em que haja esses ingredientes. Para o futuro, a ambição da Dannon é também desenvolver isso para outras marcas de seu portfólio. Essa informação veio diretamente do site da Dannon.
Um dos fornecedores de leite da Dannon é a McCarty Farms, em Kansas. Em uma entrevista ao AgriPulse, por Bill Tomson, Ken MaCarty admitiu que será difícil alimentar suas 8.500 vacas somente com alimentos sem OGM.
Por que obter ração sem OGMs será tão difícil?
Porque quase todo milho e soja vêm de plantas geneticamente modificadas. Somente em 2014, 89% de todo o milho e 94% de toda a soja vieram de germoplasma de OGM. Esses números aumentaram mais desde que as estatísticas foram coletadas.
Para muitos na indústria de lácteos, a medida da Dannon é decepcionante. “É decepcionante que a Dannon esteja tentando se diferenciar com os consumidores adotando uma posição anticiência sobre os alimentos animais geneticamente modificados”, disse a Federação Nacional de Produtores de Leite (NMPF), Jim Mulhern. “As evidências são claras de que não somente as colheitas geneticamente modificadas são seguras, mas também, que fornecem amplos benefícios ambientais reduzindo a perda do solo, bem como reduzindo o uso de água, pesticidas e combustíveis pelos produtores. Os produtores estão cada vez mais adotando colheitas geneticamente modificadas precisamente porque essas aumentam a produtividade e melhoram a sustentabilidade agrícola”.
As informações são da Hoards, traduzidas pela Equipe MilkPoint Indústria.
É possível produzir iogurtes sem organismos geneticamente modificados?
A Dannon acha que sim. E ao fazer essa declaração ousada, a companhia francesa, com fortes raízes na América do Norte, pode estar mirando a rival Chobani na corrida pelo espaço no mercado de produtos com "ingredientes naturais".
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