As duas marcas, posicionadas quase sempre lado a lado nos supermercados, também são do mesmo dono, a Vigor, mas seguem processos de produção diferentes na fábrica em São Gonçalo do Sapucaí (MG).
"O Faixa Azul recebe ingredientes mais nobres e fica até 12 meses em maturação, contra seis meses do Vigor", explica Anne Karine Napoli, diretora de marketing da Vigor. A produção do Faixa Azul é feita de modo mais artesanal. "Os queijos são virados um a um, todos os dias, para que a maturação ocorra por igual", prossegue.
Napoli conta que a faixa azul é pintada no queijo somente quando ele está pronto para o consumo. O resultado desse processo é um produto de sabor mais marcante e persistente, mais adocicado e ácido que a média dos queijos ralados do mercado. E também mais caro: o Faixa chega a custar o dobro do Vigor em alguns supermercados. "De acordo com a lei, para ser chamado de parmesão, o queijo precisa ficar ao menos seis meses secando", conta Silmara Figueiredo, consultora de marketing da ABIQ (Associação Brasileira da Indústria de Queijos).
"O parmesão é o queijo mais seco que existe. Quanto mais tempo de maturação, mais ficam concentrados os ingredientes do leite, como o cálcio", prossegue Figueiredo. De acordo com a Vigor, o Faixa foi o primeiro parmesão a ser fabricado no Brasil, a partir de 1940, seguindo a receita italiana. "Como há muitas pessoas de origem italiana em São Paulo e no Sul do país, o consumo de queijo é mais forte nessas duas regiões", conta Napoli.
Mesmo com a crise, as vendas de queijos vivem uma alta no país nos últimos cinco anos. Os queijos ralados da Vigor tiveram crescimento de 11% em faturamento em 2015, na comparação com 2014. Segundo estimativa da ABIQ, foram produzidos 23.500 toneladas de queijo ralado em todo o país no ano passado.
As informações são do jornal Folha de São Paulo.