Diversificar área de atuação pode evitar prejuízos ao produtor, diz consultora

A diversificação de atividades é importante para que os produtores rurais não dependam de apenas um mercado e fiquem sujeitos a prejuízos, segundo a consultora e produtora de leite Suzane Rodrigues de Resende Faria. Ela falou sobre o assunto durante uma palestra na Tecnoshow Comigo 2017, em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, ontem (5).

Suzana pontua que o principal objetivo é orientar os produtores a não investirem em apenas uma atividade e, sempre que puderem, apostar em diferentes mercados. “Se o produtor trabalha com apenas um item e perde a safra, por exemplo, por causa de falta de chuva, ou o mercado não está bom, ele não tem de onde tirar a renda. Esse comportamento é comum e muito arriscado”, alertou.


Diversificação é alternativa para não depender de apenas um mercado (Foto: Vanessa Martins/G1)

A palestrante alerta, no entanto, que é preciso que as produções sejam independentes financeiramente e planejadas de forma separada. Segundo ela, é importante se especializar e saber gerir para não correr o risco de que uma produção sustente a outra e, no final, o fazendeiro acumule prejuízos.

“Quando tiver confiança na produção de um item, ao se tornar profissional, pode diversificar. Essa atitude é importante porque permite um melhor aproveitamento da propriedade rural, é a criação de uma empresa eficiente que aproveita todos os recursos disponíveis. Se há um lago, por exemplo, é possível começar uma piscicultura, se já produz leite, pode expandir para queijos e iogurtes, por exemplo”, aconselhou. 

A produtora de leite Idalina José da Silva Cunha, de 60 anos, foi de Cezarina, onde mora, até a Tecnoshow para se atualizar dos cursos e conhecer as novidades da feira. Ela conta que pretende começar a produzir também queijos, para melhorar a renda. “Já fiz cursos de doces, galinhada, plantio de pimenta e de ordenha, mas já faz tempo. Produzo o leite já pensando que o queijo pode complementar a minha renda".

Já a produtora Neide Rita da Silva, de 43 anos, relata que produzia apenas o leite, mas começou a melhorar nos negócios depois que começou a fazer também iogurtes. “Comecei com um abatedouro de frango bem pequeno, mas precisamos fechar porque não conseguíamos vender. Daí começamos a produção de leite e, através de cursos de gestão, comecei a produzir o iogurte, que é a principal fonte de renda hoje”, comentou. Neide relata ainda que, expandindo a produção, conseguiu criar a Cooperativa Mista dos Pequenos Agricultores de Rio Verde (Coomarv), por onde ela faz a venda dos produtos.

Redução de custos

Além de abordar a diversificação dos produtos no campo, Suzane deu dicas, também durante a Tecnoshow, sobre como reduzir os custos da produção. Entre as medidas que podem ser tomadas, a consultora aconselha compras no atacado, para que as matérias-primas saiam mais baratas.

“É preciso fazer um levantamento dos custos de cada produto e buscar comprar junto com outros produtores para conseguir melhores condições de negociação. Uma alternativa é procurar uma cooperativa e fazer as compras por lá para conseguir preços de atacado”, afirmou. Segundo Suzana, o fazendeiro também deve se atentar a detalhes da comercialização do item final, ou seja, é preciso pensar em como vender e ter a visão da cadeia total para garantir a saída do produto.

“O produtor tem que se preparar e se planejar para atender uma demanda e entender que o ciclo vai além da porteira. Muitos se preocupam em ter um produto de boa qualidade, mas não pensam em estratégias de como fazer a venda. Uma das saídas é buscar vender para os governos, que têm medidas para comprar de pequenos produtores”, pontuou.

Hoje (6), a consultora deve abordar ainda assuntos relacionados à gestão da empresa rural. Segundo ela, a palestra que acontece às 17h, dá dicas de cursos que podem ser feitos na área e são oferecidos pelo Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).


As informações são do G1.