Diretor do Mapa vê cadeia do leite 'muito desestruturada' no RS

A cadeia de produção do leite no Rio Grande do Sul precisa se estruturar mais para evitar novas fraudes. A avaliação é do diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Leandro Feijó. Ao comentar os exames [...]

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A cadeia de produção do leite no Rio Grande do Sul precisa se estruturar mais para evitar novas fraudes. A avaliação é do diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Leandro Feijó. Ao comentar os exames que detectaram a presença de álcool etílico em lotes de leite e derivados das marcas Piá e Santa Clara, ele afirmou que as indústrias pouco fazem para evitar receber produto adulterado.

"É preciso acabar com o jogo do empurra. A indústria precisa se alertar para garantir a qualidade do produto que entra no mercado", diz o diretor sobre o leite cru que é levado por fornecedores às indústrias. Para ele, somente após as primeiras denúncias de adulteração do leite, em 2013, providências começaram a ser tomadas. "A cadeia do leite é muito desestruturada no estado. Só do ano passado para cá as indústrias começaram a se preocupar com a fiscalização", disse.

Segundo Feijó, a fraude detectada nos lotes que foram retirados do mercado compreende uma minoria do leite analisado no estado. Ele garante que o leite das duas cooperativas atualmente disponível no mercado não causa danos à saúde. Segundo ele, as duas empresas estão sendo monitoradas por fiscais federais e se comprometeram a aumentar o controle sobre a matéria-prima que recebem.

O Mapa determinou o recolhimento cautelar de lotes de leite UHT integral da marca Piá, fabricados em 26/06/2014 e com data de validade até 26/10/2014 (lotes L02/2 e L2-3) e do lote de requeijão light (200g) fabricado em 30/06/2014 e com data de validade até 30/09/2014 (lote L2). No caso da Santa Clara, os lotes não foram divulgados e não foi feito o recall porque a data de validade já passou.

Segundo a pasta, mais de 100 mil litros de leite foram contaminados por álcool etílico. Apesar da medida, o ministério diz que há risco do produto contaminado ter sido repassado a consumidores e pediu que o Ministério Público investigasse o caso. Nesta semana, o promotor Alcindo Luz Bastos Silva Filho, que investiga o caso no âmbito criminal, afirmou acredita que a presença de álcool etílico poderia ser resultado de uma ação de "má fé".

Além disso, o secretário estadual da Agricultura, Claudio Fioreze, usou o twitter para declarar que o Mapa "se precipitou" ao divulgar a identificação. Ele também manifestou "solidariedade" às empresas. "Acredito que o Mapa, em Brasília, se precipitou, sem dialogar com as cooperativas e os laboratórios credenciados por ele mesmo", escreveu o secretário, que elogiou as empresas. "A Piá e a Santa Clara têm história, gestão, controle de qualidade e assistência técnica. Seus fornecedores são sócios da empresa", diz.

Em nota, a Piá garantiu que análises internas e externas feitas do mesmo lote em um laboratório credenciado pelo Mapa não constataram irregularidades nos produtos. A empresa garantiu, também, já ter tomado providências para recolher os dois produtos do mercado.

A Santa Clara afirmou que nada foi encontrado em testes realizados no laboratório da unidade. "Essas análises levaram 15 dias para serem finalizadas e entendemos que o leite in natura passa a sofrer alterações em sua composição em curto espaço de tempo, podendo comprometer os resultados", escreveu a empresa em nota.

As informações são do G1.
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Fernando Bueno Simões Pires
FERNANDO BUENO SIMÕES PIRES

SANT'ANA DO LIVRAMENTO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/08/2014

Novamente a Cadeia do Leite é atingida, e novamente de forma precipitada, no meu ponto de vista. Para quem trabalha com leite, sou produtor, cooperativado da COSULATI, fica parecendo que somos todos bandidos, fraudadores contumazes. Uma a uma das Indústrias foram sendo pegas no RS. Agora é a vez das Cooperativas, e, engraçado, as duas Cooperativas de maior nome e história no RS. E tudo começou a aparecer quando começamos a mandar leite, de forma expressiva, para fora do Estado. Todo o "barulho" em torno do problema tem, para mim, o lado positivo. Se aparecem problemas é porque existe fiscalização. Mas só aqui no RS temos problemas, ou só aqui a fiscalização é eficiente? Não cabe a pergunta, e os questionamentos antes referidos? E as outras cadeias? Não existe a cadeia da carne, dos hortifrutigranjeiros, e outras? Dá para desconfiar, com todo o respeito. Verduras, legumes, e grãos, não tem agrotóxico. A carne que consumimos é extremamente sadia. Os produtos agrícolas e ou agropecuários que importamos são todos de altíssima qualidade, e passam por fiscalizações extremamente rigorosas, principalmente em termos de usos de produtos pesticidas, fungicidas e agrotóxicos, etc... Mas, o grande problema é o leite, embora não seja questionável a existência de produtores inescrupulosos, e indústrias que não estão preocupadas com o nome, com a sua própria história, e a qualidade daquilo que produzem. Mas que tem algo estranho por trás de tudo isso tem.



Fernando Bueno

Produtor de Leite

Sant'Ana do Livramento-RS
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