As esperanças de eventuais quebras de safra estão ficando cada vez mais difíceis, segundo Daniele Siqueira, analista da AgRural. O mesmo vale para o milho, cujas lavouras estão com 75% em condições boas e excelentes. A média dos últimos cinco anos é de 55%. O USDA ainda poderá fazer ajustes em alguns Estados norte-americanos, reduzindo a produtividade, que está um pouco superavaliada. Mas deverá também corrigir os dados em outros, elevando a produtividade. Ou seja, tudo aponta para a supersafra, diz Siqueira.
A estimativa mais recente para a soja indica produção de 110 milhões de toneladas, segundo o USDA. Já a safra de milho deverá atingir 385 milhões de toneladas. Ambas são recordes.
Apesar da queda de preços, agronegócio exporta 25% mais
O setor do agronegócio, apesar das dificuldades econômicas vividas pelo país, continua bem. Mesmo com a queda dos preços internacionais das commodities e de uma leve recuperação do real, as exportações deverão atingir novo recorde neste ano. Levantamento do Cepea (Cento de Estudos Avançados em Economia Aplicada) indica que o volume exportado pelo país cresceu 25% nos primeiros seis meses do ano em relação a igual período anterior.
Alguns produtos, como milho e etanol, dobraram o volume de exportações no período. A soja, carro-chefe da balança comercial, teve aumento de 20% no volume, enquanto as carnes tiveram expansão de 14% (as de frango) a 56% (as suínas). A bovina teve aumento de 17%. Café e frutas foram os únicos produtos que não tiveram evolução no volume exportado no primeiro semestre, segundo o Cepea. Já as receitas do setor, devido à redução de preços de vários produtos, aumentaram apenas 4% no período, atingindo US$ 45 bilhões. A evolução das receitas em reais, no entanto, foi de 8%.
O câmbio real do agronegócio teve alta de 0,42% nos seis primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2015. Já os preços médios das commodities caíram 12% em dólares. Se considerados os últimos 12 meses encerrados em junho, ante igual período anterior, o Cepea aponta alta de 26% no volume exportado e queda de 16% nos preços médios em dólar.
A competitividade dos produtos brasileiros caiu no primeiro semestre, devido à redução dos preços internacionais e à valorização do real. No segundo semestre, essa atratividade poderá ser ainda menor devido à manutenção do real valorizado, em vista de expectativas melhores para a economia, avalia o Cepea.
As informações são do jornal Folha de São Paulo.