Criar demanda por lácteos - a melhor maneira de lidar com o excesso de oferta
Com todos os comentários referentes ao "excesso de oferta" de lácteos no mercado da União Europeia (UE), muitas vezes se esquece que a melhor maneira de lidar com excesso de oferta e direcionar o crescimento é impulsionando o lado da demanda na equação, de acordo com o diretor executivo de políticas europeias da Organização de Cooperativas da Irlanda (ICOS), Conor Mulvihill.[...]
Publicado por: MilkPoint
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Ele disse que raramente é dito que o crescimento na produção de leite europeu aumentou em menos de 1% nesse ano, de acordo com a Comissão Europeia, apenas uma fração da taxa de crescimento de competidores como os Estados Unidos.
Ele destaca que a participação na União Europeia (UE) dá à Irlanda acesso livre aos lácteos para um mercado único de mais de 500 milhões de consumidores relativamente ricos, mas também está associado em grande parte às iniciativas da UE de desenvolver acordos comerciais para dar acesso preferencial ao restante do mundo.
“Para ter um papel nesse processo, a ICOS impulsiona seu escritório em Bruxelas, para dar ao setor de cooperativa da Irlanda voz na mesa no desenvolvimento desses acordos, à medida que está claro que o crescimento de nossa indústria de lácteos será construído com o acesso a esses mercados”.
Após dois anos e meio de negociações, a Comissária Comercial da UE, Cecilia Malmström, e o Ministro da Indústria e Comércio do Vietnã, Vu Huy Hoang, anunciaram um acordo no princípio para a um acordo de livre comércio entre UE e Vietnã.
De acordo com Mulvihill, a ICOS vem há muito tempo defendendo o acesso ao mercado de lácteos do Vietnã, que é um dos mercados de mais rápido crescimento na Ásia, com uma população crescendo rapidamente de mais de 100 milhões de habitantes.
“Haverá oportunidade para nossa indústria pecuária também, com uma crescente classe média no país procurando produtos de carne e também um potencial de crescimento de mercado para produtos que têm valor lá”.
“Para ser justos com nosso governo e nossa indústria, temos que estar preparados para esse acordo para garantir recursos adicionais colocados nesse mercado enorme, aumentando a presença no Vietnã”.
Ele disse que esse acordo, o primeiro negociado nessa escala com um país em desenvolvimento, deverá ter um valor de €28,2 bilhões (US$ 32,28 bilhões) para a UE e o Vietnã, equivalendo a cerca de 10% do comércio vietnamita.
O acordo e livre comércio entre UE e Coreia do Sul foi completado e está começando a gerar dividendos para a indústria de lácteos europeia. Ele disse em uma reunião recente que os oficiais da Comissão Europeia destacaram o crescimento nas exportações de lácteos ao país. “Alguns dados foram particularmente impressionantes. Por exemplo, o valor das exportações da UE à Coreia de ‘Queijos e Coalhada’ aumentou de € 15 milhões (US$ 17,17 milhões) em 2004 para € 23 milhões (US$ 26,33 milhões) em 2009, com um aumento massivo para € 91 milhões (US$ 104,18 milhões) em 2014, à medida que o acordo de livre comércio entrou em efeito”.
Mulvihill disse que, de forma geral, o crescimento nas exportações de lácteos da UE foi de € 99 milhões (US$ 113,34 milhões) em2010 para € 235 milhões (US$ 269,05 milhões) em 2014, com a participação da UE no mercado de lácteos coreano aumentando de 28% para 37%.
“Os oficiais disseram que o crescimento das exportações agrícolas da UE está aumentando a uma taxa de 18% por ano e que é vital para os lácteos da Irlanda participarem disso. Novamente, fomos alertados de que as regulamentações internas na forma do recente projeto de leite de importações coreano (KOR/495) tem o potencial de prejudicar o comércio com seus padrões muito rígido”.
A China continua sendo o grande elefante da sala com relação à falta de progresso de um acordo oficial de livre comércio com a UE, disse Mulvihill. Entretanto, ele disse que foi feito algum progresso com a UE fazendo forte lobby pela nova Lei de Segurança Alimentar Chinesa para garantir que os produtos europeus possam ter acesso a esse mercado. Ele disse que a nova lei deve entrar em efeito em 1 de outubro desse ano e grande parte dos esforços da ICOS com a UE são para certificar de que a implementação das regras não cria mais obstáculos para as exportações de lácteos de nossas cooperativas.
A reportagem é do AgriLand, traduzida pela Equipe MilkPoint.
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