Confiança do agronegócio cresce no 4º trimestre de 2015

O Índice de Confiança do Agronegócio (ICAgro), calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), fechou o quarto trimestre de 2015 em 84,3 pontos. A melhora da confiança se deveu, principalmente, à percepção de otimismo do produtor agropecuário. O mesmo não ocorreu com a indústria de insumos que, no último trimestre do ano, se mostrou mais pessimista que no trimestre anterior.

Publicado por: MilkPoint

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A valorização das cotações de algumas commodities agrícolas, como açúcar, milho e café, trouxe mais otimismo para a cadeia produtiva ligada à agropecuária. O Índice de Confiança do Agronegócio (ICAgro), calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), fechou o quarto trimestre de 2015 em 84,3 pontos. A melhora da confiança se deveu, principalmente, à percepção de otimismo do produtor agropecuário. O mesmo não ocorreu com a indústria de insumos que, no último trimestre do ano, se mostrou mais pessimista que no trimestre anterior.

A alta de 1,9 ponto para o ICAgro entre outubro e dezembro na comparação com o trimestre anterior pôs fim à sequência de três quedas consecutivas registradas ao longo de 2015. Apesar da recuperação, o índice geral ainda fecha o ano 9,2 pontos abaixo do registrado ao final de 2014, quando marcou 93,5 pontos.

A melhora observada no 4º trimestre, se deve ao aumento dos índices de confiança do produtor agropecuário (88,4 pontos, crescimento de 2,5 pontos) e da indústria depois da porteira (87,1, alta de 4,4 pontos), que reúne preponderantemente as indústrias de alimentos. Ambos os grupos compensaram a diminuição no indicador da indústria antes da porteira (67,8 pontos), constituída pelos fornecedores de insumos, como fertilizantes, defensivos, máquinas e equipamentos agrícolas.

Conforme explicou em nota o gerente do departamento de Agronegócio da Fiesp, Antonio Carlos Costa, a queda de 5,5 pontos apresentada neste elo da cadeia foi influenciada pela falta de confiança do produtor rural na economia e os receios com o cenário político. “Em um momento como o que estamos vivendo no país, o produtor age como qualquer consumidor, ou seja, pisa no freio e reduz os investimentos, ainda que a avaliação sobre o próprio negócio esteja em patamares elevados”, resume Costa. Ele acrescenta que neste caso específico, o produtor ainda revê o seu pacote tecnológico e, por isso, “quem sofre mais diretamente com isso é a indústria de insumos.”

Na média geral, os participantes da pesquisa mostraram-se mais confiantes no que diz respeito ao futuro próximo do que em relação ao presente: o indicador das expectativas cresceu de 84 para 88 pontos, enquanto o índice da situação atual caiu de 79 para 76 pontos. De acordo com a metodologia do estudo, resultados abaixo dos 100 pontos indicam baixo grau de confiança.

Tanto os produtores agrícolas como os pecuários — elo “Dentro da Porteira” — registraram aumento do nível de confiança. A alta, de 2,5 pontos em relação ao terceiro trimestre, fez com que o IC Agro do Produtor Agropecuário chegasse a 88,4 pontos, maior patamar registrado em 2015, conforme a Fiesp.

Os produtores agrícolas fecharam o período com o índice de confiança em 89,4 pontos, incremento de 2,6 pontos na comparação com o trimestre imediatamente anterior. A valorização das cotações de algumas commodities do setor no período, como o açúcar e etanol, café, milho,  entre outras foi uma das principais responsáveis por esse resultado. Em contrapartida, conforme a Fiesp, o indicador ainda não conseguiu recuperar os níveis de 2014, quando esteve sempre acima de 90 pontos.
“Falta confiança nas condições da economia brasileira, que fechou o último trimestre do ano passado em 38 pontos, um patamar muito baixo”, explicou o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas.

“Apesar de o produtor continuar confiante com seus níveis de produtividade, ele enxerga com cautela os reflexos do atual cenário econômico em seu negócio, a exemplo dos impactos em seu custo de produção. Ainda persiste o receio em relação ao crédito rural, que apesar de ter se mantido estável em relação ao último levantamento, permanece em ambiente pessimista”, observou Freitas.

Já a confiança do produtor pecuário subiu 2,4 pontos, em relação ao trimestre anterior, chegando a 85,4 pontos. O indicador aumentou mais entre os pecuaristas de corte, chegando a 88,4 pontos, uma alta de 3,6 pontos, com destaque para a produtividade – no mesmo período, o índice entre os criadores de gado leiteiro permaneceu estável, em 80,1 pontos, com destaque negativo para o custo de produção. Dessa forma, foi interrompida uma sequência de quatro quedas.

As informações são do Valor Econômico.
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