Competitividade da cadeia leiteira é tema de simpósio
Com consumo interno estável, sem margens para grandes saltos, e possibilidade de elevar a produção, a cadeia leiteira brasileira vislumbra alcançar, em pouco tempo, o mercado internacional. Embora o Brasil seja o quarto país produtor de leite no mundo, de acordo com estatísticas de 2011 da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), tem uma das produtividades [...]
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 3 minutos de leitura
A discrepância elevada entre os países pode ser justificada pelos diferentes sistemas de produção adotados – alguns deles, mesmo que não sejam os mais produtivos, são mais eficientes –, explica o diretor executivo da AgriPoint, Marcelo Pereira de Carvalho. Ainda assim, os números mostram que há um potencial grande a ser explorado pelos produtores brasileiros. “Outra possibilidade para expandir a produção é elevar a produtividade por área, que no Brasil ainda é baixa perto da capacidade nacional”, diz.
Em contrapartida, o consumo interno está em um patamar estável. O recomendado pela Organização Mundial da Saúde é que cada habitante consuma 175 litros de leite e derivados por ano, e os brasileiros já consomem, em média, 170 litros anualmente. Observando potencial de crescimento e mercado interno, é possível constatar que em um horizonte não tão distante, a produção pode suplantar as exportações. E é para essa vertente que o Simpósio Internacional sobre Produção Competitiva do Leite da Região Sul (Interleite Sul) 2014, promovido pela consultoria AgriPoint e o MilkPoint, se volta.
O evento ocorre em Passo Fundo nos dias 23 e 24 de setembro, com parte da programação debatendo o cenário internacional. “Os mercados estão cada vez mais conectados e as barreiras têm diminuído para o comércio. O problema é que, no Brasil, ficamos muito tempo isolados, porque o foco nas últimas duas décadas foi o mercado interno, inclusive por conta do aumento da renda”, pontua Carvalho. O diretor executivo da AgriPoint salienta que a cadeia leiteira do Brasil ingressa, agora, numa segunda etapa, em busca de competitividade internacional. “Essa é uma agenda de médio e longo prazo, que engloba custos, qualidade e ambiente de negócios”, sustenta.
Carvalho ressalta que o Brasil tem sido bastante observado pelo mercado internacional pelo potencial que oferece. Essa atenção justifica o interesse de empresas de fora querendo se instalar no País. Exemplo recente desse interesse é a aquisição de ativos BRF pelo grupo francês Lactalis no início deste mês. “Essas empresas são oriundas de mercados que estão crescendo pouco e que precisam buscar mercados emergentes, e entre os que mais cresceram está o Brasil”, justifica.
O diretor da AgriPoint considera natural que o País seja almejado por grandes empresas do setor. “Nossa cadeia leiteira é dominada por empresas de pequeno porte. Embora sejamos um dos maiores produtores de lei, não temos nenhuma empresa láctea entre as 20 maiores do mundo”, argumenta, reforçando a importância em observar as oportunidades que o segmento oferece.
Exemplos de fora e intercâmbio com outros países produtores estão previstos para o Interleite Sul 2014. No dia 23, por exemplo, ocorre o painel Ampliando o mercado de lácteos através da organização setorial – o que podemos aprender com o exemplo e a atuação da Dairy Management Inc, nos Estados Unidos. No mesmo dia, outra palestra debate a competitividade dos países do Cone Sul, apresentando perspectivas futuras para o setor. No dia seguinte, serão debatidos, entre outros assuntos, manejo e qualidade. Toda a programação está disponível no site www.interleite.com.br/sul, onde também podem ser realizadas as inscrições para o simpósio.
A notícia é do Jornal do Comércio/RS.
Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.
Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!
Publicado por:
MilkPoint
O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.