ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Como o conflito entre Rússia e Ucrânia pode impactar o setor lácteo brasileiro?

VÁRIOS AUTORES

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 24/02/2022

3 MIN DE LEITURA

0
14

Na noite de ontem (24/02), a Rússia deu o próximo passo no xadrez Geopolítico que vinha se configurando há um tempo. O presidente do país, Vladimir Putin, deu sinal verde àquilo que definiu como “operação militar especial” e autorizou ataque de tropas Russas à Kiev, Capital da Ucrânia. Os ataques já contabilizam inúmeros feridos, inclusive mortes confirmadas.

O cenário emergencial que população ucraniana enfrenta gera consequências para todo os demais países do planeta, inclusive, para o Brasil. A situação pode trazer reflexos para a produção de leite brasileira, que já enfrenta uma crise sem precedentes, muito correlacionada com a elevação com os custos de produção, principalmente aos fatores relacionados à alimentação do rebanho, como milho e soja. E nesse ponto, o ataque da Rússia à Ucrânia já está trazendo consequências.

A bolsa de Chicago, nos EUA, já apresentou reação aos conflitos disparando os valores dos grãos. Os contratos do milho para maio subiram 3% em Chicago, para US$ 6,7250 o bushel, maior valor desde maio de 2021 e a soja acompanhou a alta, subindo 2%, para US$ 16,350 o bushel. 

A Rússia e a Ucrânia têm grande importância na exportação de milho, principalmente para a Ásia. Segundo o USDA, as nações do Leste Europeu (Rússia e Ucrânia) responderão por 18,7% de embarques totais de 203,7 milhões de toneladas em 2021/22. Sendo assim, qualquer interrupção nas vendas que os conflitos possam vir a causar trará consequências sobre as cotações desses grãos no mundo todo, afinal, a oferta irá diminuir, mas a demanda permanecerá a mesma e a Ásia irá buscar em outras fontes estes grãos.

Um outro ponto que pode afetar a produção dos grãos, e consequentemente impactar na cadeia produtiva do leite é o fornecimento de fertilizantes por parte da Rússia. O país é um dos principais fornecedores de adubo mundiais, e tem papel-chave no fornecimento de fertilizantes nitrogenados, potássicos e fosfatados para o Brasil.

Figura 1. Fornecimento de fertilizantes nitrogenados para o Brasil em 2019.


Fonte: GlobalFert, 2019.

Em 2020, segundo a Comextat (serviço de estatísticas de comércio exterior do Brasil), o Brasil importou 7,583 milhões de toneladas de adubos da Rússia, correspondendo a 22% do total de fertilizantes que entraram no país. No ano de 2019, 98% do nitrato de amônio e 18% da Ureia (ambos fertilizantes nitrogenados) foram provenientes do país do leste Asiático.

Figura 2. Principais locais de origem do Cloreto de Potássio em 2018.


Fonte: Atlas do Agronegócio, 2018.

A Rússia, e sua vizinha, Bielorrúsia também são grandes fornecedores de fertilizantes potássicos, possuindo uma das maiores reservas mundiais do nutriente. Em 2018 no Brasil, aproximadamente 96% de todo fertilizante potássico foi proveniente de fontes externas, e a Rússia representou cerca de 26% do fornecimento, enquanto a Bielorrúsia, 18%.

Figura 3. Principais locais de origem de fertilizantes fosfatados em 2018.


Fonte: Atlas do Agronegócio, 2018.

Além dos fertilizantes nitrogenados e potássicos, a Rússia também é grande produtora mundial de fosfatados. Um conflito na região pode afetar o fornecimento destes para o Brasil, e consequentemente, impactar em seus custos.  

Além das consequências na produção no campo, o ataque russo também pode afetar o elo industrial da cadeia láctea brasileira. Os laticínios, que já sofrem com margens achatadas e menor quantidade de leite disponível no campo, inclusive com projeções de queda na captação, se tornam refém da situação e podem enfrentar uma redução ainda maior na disponibilidade de matéria-prima devido às margens estreitas no campo.  

Diante deste conflituoso cenário geopolítico e sabendo das possíveis consequências para leite brasileiro, que já sofre queda na captação e elevados custos de produção e insumos, é preciso continuar acompanhando a situação, além, claro, de torcer para não haver maiores consequências para a população ucraniana e nem um aumento no número de vítimas.  

STEPHANIE ALVES GONSALES

Zootecnista formada pela Universidade Estadual de Maringá e pós-graduada em Gestão do Agronegócio. Integrante da Equipe de Conteúdo do MilkPoint.

LETÍCIA MOSTARO

Bacharel em Laticínios pela UFV, Pós-Graduada em Eng.de Produção, Pós-Graduanda em Marketing Digital e Analytics.

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures