O milho voltou a subir na bolsa de Chicago com apoio do trigo, recuperando parte das perdas da véspera. O contrato para entrega em maio, o mais ativo, que ontem havia recuado 1,9%, hoje avançou 1,3% (9,75 centavos de dólar), a US$ 7,580 o bushel. A posição seguinte, para julho, fechou em alta 0,66% (4,75 centavos), a US$ 7,2325 por bushel.
No mercado, alguns analistas acreditam que a guerra na Ucrânia aumentará a demanda pelo milho dos Estados Unidos, o que pode elevar os preços. Na semana passada, a Ucrânia, quarto maior fornecedor mundial do grão, anunciou a suspensão dos embarques do produto. “Os importadores estão rapidamente ficando sem opções. Com isso, os compradores de milho em todo o mundo terão que vir para os EUA”, disse Tomm Pfitzenmaier, da Summit Commodity Brokerage, à Dow Jones Newswires.
Ainda nos Estados Unidos, o US Drought Monitor informou que agricultores do país já começaram o plantio da safra 2022/23 de milho. Segundo o analista Karl Setzer, da AgriVisor, agora o mercado começará a avaliar qual será a área efetiva destinada ao cereal neste ciclo — para o Departamento de Agricultura americano (USDA), a área deverá cair 1,5% neste ciclo em relação ao anterior.
“Embora os relatórios de plantio nos ofereçam uma indicação melhor do que as previsões, ainda não há uma amostra grande o suficiente para que a precisão das estimativas seja alta”, lembra o analista. Setzer acrescenta que o USDA divulgará nova estimativa de área no fim deste mês em conjunto com os números finais de estoques no país na safra 2021/22.
Soja
A soja emendou sua terceira queda seguida na bolsa de Chicago, pressionada pelo quadro no mercado de energia, que vinha oferecendo apoio às cotações do óleo de soja. O contrato da oleaginosa para maio, o mais negociado atualmente, caiu 0,7% (11,75 centavos de dólar), a US$ 16,5875 o bushel, e a posição seguinte, para julho, recuou 0,67% (11 centavos de dólar), a US$ 16,3575 por bushel.
A queda do petróleo — os futuros do Bren para maior recuaram 5,62%, a US$ 97,58 o barril — pressionou mais uma vez as cotações do grão. Quando o fóssil se desvaloriza, o mercado do óleo de soja perde força, uma vez que o subproduto é o principal insumo do biodiesel.
Além desse fator, a consultoria AgResource lembra que os investidores têm optado por liquidar posições em alguns ativos, como a soja, devido à continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia e, no momento, também com o indício de uma escalada de casos de covid-19 na China.
Outro elemento de pressão foi o registro sobre a queda do esmagamento de soja nos EUA em fevereiro. Segundo a Associação Nacional de Processadores de Sementes Oleaginosas (Nopa, na sigla em inglês), o processamento de soja no país somou 4,49 milhões de toneladas no mês passado, uma queda de 9,4% em relação a fevereiro de 2021 e o menor patamar em cinco meses.
Os estoques de óleo de soja subiram 17,2% em relação a fevereiro do ano passado, para 934,9 milhões de litros, o maior volume desde abril de 2020.
As informações são do Valor Econômico, adaptadas pela equipe MilkPoint.