Um pouco antes da reunião de emergência dos ministros de agricultura da Europa que ocorrerá no próximo mês para discutir como reduzir a crise, Hogan disse que
“O único setor afetado pela política externa e pela decisão da Rússia foi a agricultura”, disse Hogan. “O fato de o presidente Putin ter decidido estender essas medidas por mais um ano acentuou muito o problema. Durante o último ano, fomos capazes de lidar razoavelmente bem e agora, pelo segundo ano, estamos antecipando que esse problema particular se disseminará para outros Estados Membros particulares e os produtores do Reino Unido estão sentindo os efeitos disso”. Hogan também disse que essa é uma “situação muito difícil”, porque a Rússia recebia 10% dos produtos lácteos mundiais e a Europa era seu principal fornecedor.
“Não estou culpando ninguém no setor pela forma como as coisas estão. A população rural na UE não causou a política externa e as questões de segurança em relação ao embargo russo sobre os produtores agrícolas surgidas pelas sanções adotadas pela UE. Há a crise na Ucrânia, a crise na Grécia, há um problema no mercado chinês, bem como no momento, há um excesso de oferta no mercado global referente aos produtos lácteos em particular. Então, você não pode esperar que os produtores de leite da UE sejam capazes de antecipar todas essas questões”.
A Comissão Europeia tomou medidas, incluindo a compra do excedente de manteiga e leite em pó de produtores, armazenando esse produto até que possam ser vendidos sob condições melhores de mercado. Porém, Hogan disse que o foco principal precisa ser encontrar novos mercados para os produtos. “Precisamos fugir de problemas como montanhas de manteiga e lagos de vinho que enfrentamos no passado que geraram um alto custo aos contribuintes europeus. Estamos agindo para ver se podemos obter a máxima quantidade de oportunidades de mercado para a produção europeia de alta qualidade”.
Ele disse que as previsões de médio e longo prazo para o leite e o setor de lácteos são muito boas. “Temos uma crescente população de classe média no Extremo Oriente que poderá ser uma importante fonte de oportunidade de mercado. Temos 150 milhões de pessoas entrando na faixa de renda média a cada ano pelos próximos 30-40 anos e essa é a nossa oportunidade como um setor agrícola competitivo e de exploração do setor alimentício”. O preço do leite ao produtor no Reino Unido caiu 25%, para 23,7 centavos de libra (36,62 centavos de dólar) por litro no ano até junho – seu menor valor desde maio de 2010, quando os preços sofriam a pressão da recessão econômica.
Os produtores de leite britânicos vêm fazendo protestos nas últimas semanas, levando vacas ao supermercado e tirando o leite das prateleiras, enquanto acusam as lojas de se aproveitarem da queda na demanda. Produtores na França e na Bélgica também fizeram manifestações, bloqueando as fronteiras e as estradas, bem como as portas dos supermercados.
A reportagem é do http://www.dailymail.co.uk, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.