Os resultados da “média Brasil” evidenciam um momento de transição, em que cada bacia leiteira apresentou uma situação diferente, em função das variáveis captação, qualidade e competitividade. Os preços do leite recebido pelos produtores no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais caíram devido à maior captação, justificada pelo clima favorável, bom volume de precipitações e início das pastagens de inverno no estado gaúcho. Por outro lado, o menor volume ofertado (característico da entressafra) em São Paulo aumentou a competitividade entre indústrias pelo leite, elevando a média paulista.
De acordo com Valter Galan, do MilkPoint Mercado, o leite spot (leite fresco transacionado entre empresas) já acumula uma redução de preços de 26 centavos/litro desde o pico de preços (que aconteceu em abril) e a última negociação, para a segunda quinzena de julho.
“Isso sugere que o mercado virou e o produtor de leite deve estar atento aos cenários futuros do leite, já que os preços divulgados pelo Cepea tratam do produto fornecido em abril (ou seja, refletem o mercado de 2 meses atrás)”, explica ele. Leia aqui artigo que nossa equipe escreveu sobre a defasagem entre o que ocorre com o mercado e os preços recebidos.
Esta queda no spot foi puxada, principalmente, pelas cotações do leite UHT no atacado (preços de venda da indústria aos diferentes canais varejistas), que também tiveram pico em abril e recuaram aproximadamente 23 centavos/litro até a última semana de junho.
Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em JUNHO/17 referentes ao leite entregue em MAIO/17.
Tabela 2. Preços em estados que não estão incluídos na “média Brasil” – RJ, MS, ES e CE.
As informações são do Cepea-Esalq/USP, adaptadas pela Equipe MilkPoint.