Foto 1: Com esse dinheiro, seus propulsores pretendem colocar nas vacas uns colares equipados com a mesma tecnologia do console Wii, o que permitirá aos produtores controlar comportamentos pouco usuais.
A “tecnologia de texto para vacas” resulta de um projeto conjunto que tem com finalidade dar uma solução a um dos principais desafios dos produtores britânicos: rentabilizar suas fazendas em um contexto de crise. “Tivemos um cliente que apesar de estar muito longe da fazenda, consultou os dados em seu iPhone, notando que uma de suas vacas estava no cio. Na mesma tarde, já a estavam inseminando”, disse o professor de Comunicação e Inteligência Artificial da Universidade de Stratchclyde, na Escócia, Ivan Andonovic. “Pensamos que seria de interesse para os produtores ter uma tecnologia que alertasse quando as vacas estão no cio”.
Porém, estimar a temperatura interna do animal não é fácil, de forma que os pesquisadores, a cargo do projeto, decidiram desenvolver um sistema baseado em seu comportamento, que identifica quando as vacas estão no cio. Foi assim que fabricaram um colar com um acelerômetro incorporado, o mesmo mecanismo que empregado nos consoles Wii para detectar os movimentos das mãos dos usuários. Porém, nesse caso, o que o colar detecta são os movimentos da cabeça da vaca. “Com ele, podemos mapear a posição da cabeça da vaca em 3D”.
O colar tem também um programa que permite registrar, durante os primeiros três dias, o comportamento normal da vaca. Desse modo, é capaz de detectar posteriores comportamentos “anormais”.
Se algo incomum acontece, os dados são enviados via wireless a um computador central na cidade escocesa de Glasgow e, então, podem ser consultados pelos produtores de onde estiverem, seja por meio de seus computadores ou smartphones.
Somente para validar seu resultado em vacas de todas as partes do mundo, o dispositivo foi testado em animais de vários países, como China, Nova Zelândia, Alemanha e Irlanda. Atualmente, cerca de 100 fazendas no Reino Unido e algumas na Alemanha já usam essa tecnologia.
Seus promotores garantem que as projeções para uma tecnologia semelhante são muito amplas, considerando um mercado global de milhões de vacas. “Na América Latina, o Brasil tem muitas cabeças de gado. Não é fácil manejar semelhante número de vacas”.
Ainda que no momento somente sirvam para detectar os ciclos férteis das vacas, a ideia no futuro é investir os fundos outorgados pelo Reino Unido no desenvolvimento de um programa que permita que esses colares detectem também se as vacas estão doentes ou se vão dar a luz.
A reportagem é do Perulactea.com, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
