As chuvas que vieram cortar a seca na Nova Zelândia impulsionaram uma forte recuperação no preço das propriedades rurais, mesmo com o importante setor de lácteos do país vendo uma queda nos preços do leite.
Os preços das fazendas da Nova Zelândia aumentaram em 14,7% no ano até o final de abril, uma forte aceleração com relação aos 9,2% registrados no ano até março, de acordo com dados do Real Estate Institute da Nova Zelândia. O aumento refletiu “confiança” no setor, instilada pelo fim das condições de seca que afetaram o país pelo segundo ano sucessivo no começo de 2014, apesar de não ser tão grave como aquela do começo de 2013.
“A moral rural se recuperou após as chuvas que vieram quebrar a seca nas regiões norte do país”, disse o porta-voz do instituto, Brian Peacocke. Na Ilha do Sul, “o excesso de chuvas foi excelente para o setor pastoril”, apesar de ele ter alertado que as tempestades “impactaram bastante em alguns setores aráveis”.
No setor leiteiro, os preços rurais na Nova Zelândia, maior exportador de leite do mundo, aumentaram em 6,1% no ano, apesar de isso refletir em um crescimento recente particular. Os preços no trimestre de fevereiro a abril foram 5,7% maiores do que no período de janeiro a março.
A recuperação veio apesar da queda nos preços, com os valores dos produtos no GlobalDairyTrade, leilão realizado pela gigante do setor leiteiro de Auckland, Fonterra, caindo em 19,7% até agora nesse ano, refletindo uma melhor produção de leite, incluindo a Nova Zelândia, sustentando assim as esperanças de receitas agrícolas, apesar dos menores valores.
A captação de leite da Fonterra foi 16% maior no mês passado na Ilha do Sul e aumentou em 51% na Ilha do Norte, comparado com os níveis afetados pela seca do ano anterior. A cooperativa disse que “as chuvas do ex-Ciclone Tropical Ita trouxeram alívio às condições de seca que impactaram nos volumes da Ilha do Norte”.
Os volumes da Fonterra nos primeiros 11 meses de 2013-14, que terminaram nesse mês, foram 7,7% maiores que no ano anterior.
No setor leiteiro, o instituto disse que há um mercado “bom e estável” para as fazendas em Northland, no norte do país, com “preços mais fortes” para bens rurais na vizinha Waikato. Entretanto, o instituto notou um “mercado mais calmo” no sudeste da Ilha do Norte e, na Ilha do Sul, alguns sinais de “resistência a preços maiores” na região popular de Canterbury.
A reportagem é do Agrimoney, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint Brasil.