O acordo que estipula uma cota mensal de 3.600/t foi prorrogado na última segunda-feira, 28, durante reunião da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação de Agricultura e Pecuária (CNA) e do Centro da Indústria Leiteira (CIL) da Argentina, em Brasília. 'Queriam elevar a cota para 4.500 t, mas argumentamos que não tem sentido aumentar uma cota se não podem cumprir a que já está estabelecido', disse ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o presidente da comissão brasileira, Rodrigo Alvim.
O Brasil queria reduzir o volume a 3.000/t mensais sob o argumento de que a produção nacional vai crescer 10% e há dúvidas sobre se o mercado consumidor acompanhará esse crescimento. 'Foi a segunda reunião. A primeira aconteceu em Rosario (Argentina), em março, e a conversa foi demorada. Mas nos comprometemos a prorrogar o atual acordo de 3.600', detalhou Alvim.
Enquanto o Brasil paga entre US$ 4.300 a US$ 4.800 pela tonelada, a Venezuela, Argélia e China pagam entre US$ 5.000/t a US$ 5.200/t. 'Nesse último mês houve uma certa reativação do comércio com o Brasil, ao preço de US$ 4.030/t', disse Schaller, ressaltando que a produção argentina também sofreu um retrocesso em torno de 2% neste quadrimestre, o que deixa menor volume disponível para exportação.
O executivo observou que a indústria local está preocupada com a retração da demanda brasileira, mas admitiu que o setor exportador 'busca canalizar as vendas para o mercado que paga o melhor preço'. Para o setor privado brasileiro, a posição dos sócios é interesseira. 'Se o consumo brasileiro dependesse do abastecimento complementar da Argentina, estaríamos com problemas', alfinetou Alvim. Ele disse que a 'Argentina só entende o Mercosul como uma via de mão única'.
'Quando convém exportar para o Brasil, exportam tudo, mas quando não convém, como por questão de preço, exportam para outros países', apontou. Ele recordou que em janeiro de 2009 a Argentina teve problemas de excesso de leite e despejou no mercado brasileiro 10.000/t. Por isso, foi feito um acordo de cotas em abril daquele ano, com um volume de 3.000/t.
A notícia é da Agência Estado.
