China continua colocando freios nas importações de lácteos

Tem havido muitos relatos sobre a desaceleração das importações de leite em pó pela China, mas o grau dessa desaceleração é surpreendente. As importações de leite em pó integral da China totalizaram 9,39 milhões de quilos em setembro, marcando o sexto mês consecutivo de comércio menor e o menor nível de importações de leite em pó integral pela China desde outubro de 2011. As importações de leite em pó desnatado foram melhores, mas ainda estão menores do que no mês anterior e no ano anterior. A China importou 15,65 milhões de quilos de leite em pó desnatado em setembro, menos que os 17,69 milhões de quilos importados em agosto e 23,68 milhões de quilos em julho. A China não é um produtor significante de leite em pó desnatado, com a produção de 2014 estimada em apenas 49.000 toneladas.





Em contraste, a China é um dos maiores produtores mundiais de leite em pó integral. O Serviço Agrícola Externo (FAS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) previu que a produção de leite em pó integral da China em 2014 será de 1,25 milhão de toneladas, perdendo apenas para a Nova Zelândia, com uma produção estimada de 1,3 milhão de toneladas. Apesar de ser o segundo maior produtor de leite em pó integral, a China consumirá 2,248 milhões de toneladas de leite em pó integral, de acordo com estimativas do FAS. Em outras palavras, além das 1,3 milhão de toneladas de produção doméstica, o FAS previu no começo desse ano que um adicional de 1 milhão de toneladas de leite em pó integral seria importado nesse ano.

Até setembro de 2014, as importações de leite em pó integral da China totalizaram 605.000 toneladas, 59% a mais que no ano anterior. Dada a dramática redução nas importações mensais de leite em pó integral desde o meio do ano, a previsão do USDA poderia estar no lado mais elevado. No entanto, mesmo com a tendência de queda nas importações mensais de leite em pó integral, a China ainda importará mais leite em pó integral em 2014 do que no ano anterior. Porém, isso fará pouco para absorver as crescentes ofertas globais de leite e leite em pó. A redução atual das importações de leite em pó pela China poderia ser atribuída aos grandes estoques, à recuperação na produção doméstica de leite e ao menor crescimento na economia do país.

O USDA reportou que a produção de leite da Oceania está quase em seu pico sazonal. As plantas de leite da Austrália estão operando em capacidade total e os estoques de produtos lácteos estão sendo construídos. As condições de clima quente e seco reduziram significativamente os rendimentos esperados das colheitas. O Dairy Australia reportou que os maiores custos com a água e os menores rendimentos terão um impacto negativo nas ofertas de feno nas principais regiões produtoras de leite.

Dados preliminares mostram que a produção de leite da Nova Zelândia está 5% acima do ano anterior. Chuvas adequadas e temperaturas quentes resultaram em boas pastagens e crescimento de forragens. O preço do leite na Nova Zelândia em agosto, reportado pelo LTO-Netherland, ficou em média em quase 27 centavos de euros (34,2 centavos de dólar), 31% a menos comparado com o ano anterior.

O preço atual do leite no mercado local na Holanda foi reportado em 34 centavos de euro (43 centavos de dólar) por litro, 27% a menos que no ano anterior. Ao mesmo tempo, o preço do leite ao produtor nos Estados Unidos continuará a aumentar até o meio de novembro, antes de declinar modestamente em dezembro.

A reportagem é do Daily Dairy Report, traduzia pela Equipe MilkPoint Brasil.