Chile: Colun assume liderança e desbanca Soprole
Nos últimos quatro anos, a Cooperativa Agrícola e Leiteira da União (Colun) do Chile deu um grande salto e se instalou como líder da captação de leite no país, com um aumento de seu processamento de 31,4% no período, o que equivale a 116 milhões de litros de leite adicionais. Com isso, a cooperativa assumiu a liderança das plantas processadoras do Chile e deixou pra trás o protagonismo de vários anos da Soprole - subsidiária da neozelandesa Fonterra.
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Trata-se de um panorama favorável que hoje se fortalece com a nova planta processadora de queijos, ativada em abril, que vem consolidar a supremacia da cooperativa nesse momento. Concretamente, a cooperativa aumentará em 400.000 litros sua capacidade diária de produção de queijo, que será destinado ao mercado nacional e estrangeiro.
O presidente da Colun, Augusto Grob, disse que esse plano de melhora implicou em um investimento que chegou a aproximadamente US$ 55 milhões. A aposta é que essa planta permita aumentar a capacidade para absorver mais leite dos produtores, aumentar a capacidade de processamento e fazer um uso mais eficaz do leite entregue por seus cerca de 800 associados, já que trata-se de tecnologia moderna e eficiente, o que permite uma grande economia de custos. A estimativa média é de que com 10 litros de leite se produza um quilo de queijo, ou seja, estima-se que serão produzidas cerca de 40 toneladas a mais de queijo por dia.
Inicialmente, a planta produzirá queijos tradicionais, como gouda e chanco, enquanto mais adiante pretende ter produtos de maior valor agregado e mais sofisticados, voltados ao mercado doméstico e de exportação. No mercado externo, destacam-se diversos países do Oriente Médio e praticamente todos os países da América, especialmente México e Estados Unidos.
No ano passado, a Colun chegou a 487 milhões de litros de leite captados, ou seja, 10 milhões a mais que a Soprole, que até 2010, tinha a liderança na captação de leite do país. Isso, segundo Grob, foi conseguido graças a um trabalho constante imposto ao longo de toda a sua história com um crescimento em torno de 5% anual.
Isso é valorizado no setor primário. Para o presidente da Federação Nacional de Produtores de Leite (Fedeleche), Eduardo Schwerter, o crescimento da Colun se deve ao investimento em infraestrutura realizado pela empresa. Segundo cálculos da própria empresa, destinam-se entre US$ 10 e US$ 15 milhões por ano para melhorar as instalações. Isso, sem considerar essa nova construção.
Outro fator citado por Schwerter é o trabalho que a Colun realiza com seus fornecedores de leite. Isso permite uma projeção de investimentos para absorver os maiores volumes de leite gerados por seus fornecedores. Ele também disse que a Colun se diferencia das demais companhias do setor pela participação dos lucros que compartilha com seus associados. “Isso faz com que seja mais atrativo para os produtores entregar seu leite à Colun, já que, no final do ano, recebem, em média, um pagamento correspondente a dois meses de entrega de leite”.
Embora durante esse tempo tenha havido incorporação de mais cooperados, a entrada de produtores à cooperativa é limitada por razões de logística e operacionais. Assim, é basicamente o aumento individual na produção que permite que a companhia fortaleça seus dados de captação de leite.
Com relação à qualidade do leite, Grob disse que desde o início, a Colun segue com uma filosofia de produção de leite de alta qualidade, no sentido de que o leite venha de vacas sadias e limpas. Paralelamente, está sendo feito um melhoramento constante dos rebanhos dos cooperados. Para isso, existem vários engenheiros agrônomos e veterinários dedicados à produção.
Dentro disso, uma das linhas fundamentais é o conteúdo de gordura e proteínas, já que são os elementos fundamentais obtidos primeiro por uma seleção genética e por uma alimentação adequada. Há também um plano permanente para apoiar, otimizar e aumentar os volumes de produção de seus fornecedores. Por exemplo, incentiva-se a incorporação de uma tecnologia melhor que permita que os produtores alcancem uma maior estabilidade e desenvolvimento em longo prazo.
Segundo as últimas estatísticas de captação de leite do Chile, feita pelo Serviço de Estudos e Politicas Agrárias (Odepa), no primeiro bimestre de 2013 houve um crescimento de 4,8% no volume de leite captado pela indústria de lácteos chilena, comparado com o mesmo período de 2012. A indústria nacional totalizou 381,8 milhões de litros de leite. As principais companhias do setor foram Colun, Soprole e Nestlé, cada uma com mais de 20% de participação no setor.
Durante esse período, a Colun mostrou um aumento de 12,7%, alcançando nesses dois meses, 88,6 milhões de litros (23,2% de participação do mercado chileno). A Soprole aumentou sua captação no período em apenas 0,6%, alcançando um volume de 88,1 milhões de litros (23,1% de participação no mercado total). A Nestlé registrou uma variação de 13,8% no período, com um volume total de 85,5 milhões de litros (22,4% de participação). A Odepa projetou um aumento de 5% na produção para 2013.
A reportagem é do www.camposureno.cl, traduzida e adaptada pela Equipe Milkpoint.
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