CEPEA/LEITE: Captação aumenta 3,2% em 2012 e leite pago em janeiro apresenta redução

Em janeiro, o preço médio recebido pelos produtores de leite (entregue em dezembro) foi 1,4% menor que o do mês anterior, considerando-se a "média nacional", que é ponderada pela produção dos estados da BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP. Conforme levantamentos do Cepea, a média líquida foi de R$ 0,8110/litro e a bruta, de R$ 0,8829/litro (inclui frete e impostos).

Publicado por: MilkPoint

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A captação de leite nos sete principais estados produtores do Brasil aumentou em 2012, conforme pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite), em 2012, foi 3,2% maior que o de 2011, puxado principalmente pelos estados do Sul. O maior aumento percentual ocorreu em Santa Catarina (7,3%), seguido por Rio Grande do Sul (4,8%) e Paraná (4%). A produção formal mensurada pelo ICAP-Leite/Cepea em São Paulo avançou 2,8%. Em Goiás e Minas Gerais, ficou praticamente estável, com leve avanço de 0,6% no primeiro e nulo no segundo estado, que é o maior produtor nacional. Devido aos problemas climáticos no Nordeste, a Bahia teve recuo de 6,4% em sua produção.

De novembro para dezembro, especificamente, o volume captado por laticínios/cooperativas pesquisadas pelo Cepea aumentou 2,35% na média ponderada dos sete estados, o que pressionou os valores pagos aos produtores. As chuvas favoreceram o desenvolvimento das pastagens na maioria das regiões da pesquisa do Cepea. Em Minas Gerais, a oferta chegou a aumentar 4,9%, o maior avanço do mês. Em Goiás, mesmo com chuvas irregulares em dezembro, a produção aumentou 4,3%. Em São Paulo, houve aumento de 3,2% na captação de dezembro, sendo relatado inclusive excesso de chuvas em algumas regiões produtoras. Na Bahia, houve aumento de 2,8%, devido principalmente à volta das chuvas nas áreas sul e centro-sul do estado. Porém, a situação ainda esteve crítica na região centro-norte baiana, segundo agentes consultados pelo Cepea.

Num cenário distinto, a região Sul apresentou decréscimo de 1% na produção de dezembro, frente à de novembro. Mesmo com condições climáticas boas para a produção sulista, agentes consultados pelo Cepea relatam que os altos custos de produção frearam os investimentos nas propriedades. A quantidade de concentrado fornecida aos animais diminuiu e, em algumas situações, em que a pastagem é de qualidade, foi fornecido concentrado com menor teor de proteína bruta. Além disso, a falta de chuva na safrinha de silagem de milho no Sul prejudicou a qualidade desse alimento, o que também pode ter impedido o avanço na produção no mês.

No segmento de derivados, agentes consultados pelo Cepea relatam que o aumento no volume de leite favoreceu a formação de estoques no começo deste ano, no entanto, com a demanda firme, os preços do leite UHT e do queijo muçarela no atacado do estado de São Paulo continuam praticamente nos mesmos patamares de dezembro. O leite UHT em janeiro (cotado até o dia 28) tem média de R$ 1,92/litro, e o queijo muçarela, de R$ 11,63/kg – neste caso, com leve redução de 0,3% frente a dezembro. Essa pesquisa do Cepea é feita diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).

Em janeiro, o preço médio recebido pelos produtores de leite (entregue em dezembro) foi 1,4% menor que o do mês anterior, considerando-se a “média nacional”, que é ponderada pela produção dos estados da BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP. Conforme levantamentos do Cepea, a média líquida foi de R$ 0,8110/litro e a bruta, de R$ 0,8829/litro (inclui frete e impostos). O valor bruto, se comparado ao do mesmo período de 2012, foi 0,9% maior em termos reais (valores deflacionados pelo IPCA de dezembro/12).

No estado de Goiás, houve redução de 2,5% (ou 2,3 centavos por litro) no preço bruto pago pelo leite, sendo a maior baixa entre os estados da pesquisa, com a média a R$ 0,9050/litro (preço bruto). Na Bahia, o preço foi 1,8% menor (1,5 centavos por litro) frente a dezembro, com o litro a R$ 0,8274. São Paulo teve a terceira maior desvalorização, de 1,7%, ou 1,6 centavos por litro, com a média a R$ 0,9103/litro. Na sequência, esteve o Paraná, com queda de 1% e média de R$ 0,8839/litro, o que significa 0,9 centavo a menos por litro frente a dezembro.

Os estados de Santa Catarina, Minas Gerais e Rio Grande do Sul também tiveram reduções. Em Santa Catarina, a baixa foi de 1% (0,9 centavo por litro), com o preço bruto de janeiro a R$ 0,8639/litro. Os estados mineiro e gaúcho tiveram quedas de 0,74% e 0,25%, com o litro cotado a R$ 0,8925 e a R$ 0,8254, respectivamente.

Entre os estados que não fazem parte da “média nacional” do Cepea, Mato Grosso do Sul teve a maior redução, de 2,9%, com o litro a R$ 0,8010 (valor bruto). No Rio de Janeiro, o recuo foi de 2,5% (2,4 centavos por litro), com a média indo para R$ 0,9401/litro. No Espírito Santo, o preço manteve-se praticamente estável, como leve queda de 0,11%, ficando a R$ 0,8681/litro. Entre todos os estados da pesquisa do Cepea, somente o Ceará teve aumento no preço pago pelo leite. De dezembro para janeiro, o avanço foi de 1,8 centavo por litro (cerca de 2%), com a média indo para R$ 0,9530/litro.

Para o mês de fevereiro (produção de janeiro), a maior parte dos representantes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea (53,8% dos entrevistados, que representam 58,4% do volume de leite amostrado) acredita em estabilidade nos preços. Para 36,6% dos entrevistados (que representam 27,1% do volume de leite amostrado), a expectativa é de queda nos preços e 9,7% dos consultados (14,6% do volume amostrado) acreditam que deve haver alta.

Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em JANEIRO referentes ao leite entregue em DEZEMBRO.

Fonte: Cepea-Esalq/USP.
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Preços em estados que não estão incluídos na “média nacional” – RJ, MS, ES e CE

Fonte: Cepea-Esalq/USP.
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Gráfico 1: Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA
(média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA)

Fonte: Cepea-Esalq/USP.

As informações são do Cepea - Esalq/USP, adaptadas pela Equipe MilkPoint.



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AUDIR XAVIER TEIXEIRA
AUDIR XAVIER TEIXEIRA

MUTUM - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 25/02/2013

todos nos achamos o que o outro faz e facil nao tem ramo sem espinho
Néude
NÉUDE

ITUMBIARA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/02/2013

Para quem está do lado de fora das porteiras acha tudo fácil na pecuária leiteira, é só reduzir custo, ser eficiente e vender leite mais barato que dose de pinga!!!
Paulo Augusto Ferraz Pereira dos Santos
PAULO AUGUSTO FERRAZ PEREIRA DOS SANTOS

GOIANÉSIA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/02/2013

Produtor de Leite em Goiás tem que parar de reclamar de preço de leite e começar a fazer algumas mudanças para produzir mais e com um custo menor, já que a principal "desculpa" que o produtor diz para a questão de abandonar as atividades no estado e a do preço recebido.
Julio
JULIO

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO

EM 04/02/2013

Concordo plenamente com o sr.Arilson Thomazini, falta cultura associativa no produtor rural, estamos sempre dependendo de um orgão do governo ou de uma ONG etc. O produtor de leite já apanhou muito na vida, por isso é descofiado de idéias novas. Temos que  mudar isso e sairmos desse marasmo, podemos discutir e impor nossos desejos e necessidades as grandes empresas, que dizem o quanto irão pagar pelo nosso leite, sem termos o direito de negociar. É preciso que o produtor saiba quanto irá receber pelo seu leite daqui a três meses, e necessário que firme um contrato que garanta estebilidade ao produtor. As Cooperativas têem que assinar contratatos com as empresas compradoras e repassarem para os produtores. Um grnade abraço aos amigos produtores, Roberto de Carvalho.
Laura de Sousa Borges
LAURA DE SOUSA BORGES

ORIZONA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/02/2013

O leite e uma cadeia muito instável, muitas vezes nos sentimos ao leu sem rumo...Fazer o q estamos nas mãos de atravessadores o q muitas vezes não nos favorece nem um pouco.
arilson ayres thomazini
ARILSON AYRES THOMAZINI

SÃO GABRIEL DA PALHA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/02/2013

Só se consegue melhoria no preço do leite com produtores unidos em forma de associações ou de grupo para que possam produzir quantidade e qualidade para que possam brigar com os laticinios de igual para igual.    
edson luis sirena
EDSON LUIS SIRENA

ERECHIM - RIO GRANDE DO SUL

EM 31/01/2013

o custo do produtor de leite do rio grande do sul aumentou muito devido aos problemas climáticos e os insumos, a situação está ficando complicada.
José Oton Prata de Castro
JOSÉ OTON PRATA DE CASTRO

DIVINO DAS LARANJEIRAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE OVINOS DE CORTE

EM 30/01/2013

Sr. João Aurélio Carmo. Infelizmente é isso aí. As autoridades não estão nem aí para estes caloteiros de plantão. Até os protege e lhes dão guarida...é o fim da picada...
Joao Aurelio Carm
JOAO AURELIO CARM

CARMÓPOLIS DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/01/2013

Vendia leite para um atravessador que foi vendido para uma empresa de São Paulo, e esta atrasou os pagamentos, ate que juntou 3 meses de leite e eu parei de entregar, isso já faz mais de 6 meses

o que fazer para receber o que me devem RS48.500,00
Qual a sua dúvida hoje?