CEPEA: preço ao produtor cai 5,3% em janeiro

Com estoques altos nos laticínios desde o final do ano passado e retração na demanda devido, principalmente, às férias escolares, os preços do leite pagos ao produtor recuaram novamente, e com força, em janeiro em todas as regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, USP.[...]

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Com estoques altos nos laticínios desde o final do ano passado e retração na demanda devido, principalmente, às férias escolares, os preços do leite pagos ao produtor recuaram novamente, e com força, em janeiro em todas as regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, USP. O movimento de queda persiste desde junho/14 e já diminuiu a “média Brasil” (GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA) líquida (valor recebido pelos produtores) em 17% – esta média é ponderada pelo volume captado no respectivo mês nos estados que a compõem.

Em janeiro, a “média Brasil” líquida (não inclui frete nem impostos) foi de R$ 0,8446/litro, redução de 5,8% ou de 5,2 centavos de Real por litro na comparação com dezembro/14 e de 10,8% em relação a janeiro/14, em termos reais (deflacionados pelo IPCA de dez/14). O preço bruto médio (inclui frete e impostos - pago ao produtor) foi de R$ 0,9292/litro, queda de 5,3% ou também 5,2 centavos frente ao mês anterior.

Gráfico 1. Série de preços do leite pago ao produtor


A captação do leite pelos laticínios/cooperativas em dezembro/14 teve alta menos expressiva (+0,66%) que em novembro, de acordo com o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea). A Bahia teve a maior elevação, de 9%, seguida pelo Rio Grande do Sul (2,49%) e Goiás (1,40%). A única queda ocorreu no Paraná (-2,10%). Segundo colaboradores do Cepea, as chuvas que deveriam ocorrer nesta época do ano em Minas Gerais, Goiás e algumas regiões de São Paulo ainda estão abaixo do esperado, limitando a qualidade dos pastos e consequentemente a produção leiteira.

A queda nos preços não surpreendeu agentes do setor. Muitos estavam atentos aos elevados estoques de leite que, segundo representantes da indústria, começam a diminuir, inclusive porque alguns laticínios adotaram a estratégia de “desacelerar” a captação. De fato, dados mostram que os percentuais de aumento da captação registrados nos últimos meses, em dezembro, deram espaço à estabilidade na maioria dos laticínios.

Combinado a isso, as chuvas abaixo do esperado em muitas regiões embasam a expectativa, por parte de alguns colaboradores, de retomada das cotações no curto prazo. Outro grupo de representantes de laticínios/cooperativas consultados acredita em estabilidade para os próximos meses, mas a maior parcela ainda vê fundamentos para novas quedas. Entre os compradores entrevistados, 67,3%, que representam expressivos 56,5% do leite amostrado, apontam queda nos valores em fevereiro. Outros 28,6% dos agentes, que representaram 41,9% do volume amostrado de leite em dezembro, indicam manutenção dos preços. Apenas 4,1% dos agentes esperam alta para o próximo mês.

No mercado de derivados, também houve desvalorizações no comparativo com dezembro/14. No atacado do estado de São Paulo, o leite UHT recuou 5,33%, com média de R$ 1,7952/litro. O queijo muçarela ficou praticamente estável (-0,30%), a R$ 11,19/kg em janeiro. Alguns atacadistas acreditam em preços mais firmes a partir da segunda quinzena de fevereiro. Os estoques diminuíram e algumas indústrias estão “testando” o mercado, praticando leves altas para a recuperação das margens ou até mesmo para alinhamento com os custos de produção mais altos neste início de ano. Esta pesquisa de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).

Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em JANEIRO/15 referentes ao leite entregue em DEZEMBRO/14.


Tabela 2. Preços em estados que não estão incluídos na “média Brasil” – RJ, MS, ES e CE
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