Os preços do leite nos Estados Unidos parecem estar sustentando sua resiliência, disse o diretor executivo da maior processadora de lácteos do país, Dean Foods, Gregg Tanner, citando o potencial para uma queda nas exportações – apesar de reconhecer que suas previsões anteriores para queda dos valores não tenham sido cumpridas.
Os preços internacionais dos lácteos vêm enfraquecendo devido ao aumento na produção de leite, que alcançou 4,9% nos sete maiores exportadores de lácteos na primeira metade de 2014, em um momento em que os compradores nos principais importadores, como China, já estocaram o produto.
“A China comprou mais do que o esperado nos primeiros cinco meses desse ano. Entretanto, agora parece que eles compraram mais que o necessário, considerando a aparente estabilização de sua oferta doméstica e desaceleração do crescimento da demanda local”.
Embora isso tenha aberto a porta para reduzir os preços para outros importadores, “seu apetite parece ter sido, em última análise, atenuado pelas menores vendas e a desvalorização de muitas de suas moedas”.
O deslocamento da oferta e da demanda significou que “várias regiões exportadoras parecem ter tido níveis de estoques acima do normal para trabalhar”, disse Tanner após a Dean Foods ter divulgado resultados que fizeram suas ações caírem.
Embora os preços do leite dos Estados Unidos tenham permanecido perto dos recordes de maio, quando a Dean Foods pagou em média para o mês US$ 52,12 por 100 quilos para leite Classe I, essa resiliência parece que será ameaçada pela menor competitividade nas exportações.
Apesar do aumento das vendas de 22% na primeira metade de 2014, o país “agora está em desvantagem de preços com relação aos mercados mundiais, o que colocaria pressão considerável nas atividades de exportações na segunda metade do ano”, disse Tanner. “Qualquer desaceleração na atividade de exportação coincidiria com uma expectativa de aumento da produção de leite na segunda metade do ano nos Estados Unidos”, que poderia ser de 3% de julho a dezembro.
Um desempenho mais fraco nas exportações “deveria permitir a reconstrução do estoque e uma maior probabilidade de pressão de baixa nos preços”.
Entretanto, Tanner reconheceu que previu uma queda nos preços do leite antes, o que não se concretizou. “Tentar prognosticar o preço do leite Classe I nesse ponto... todos os dados mostram que esses deverão começar a cair. Todos os fundamentos do mercado dizem que esses deverão começar a cair. Porém, esses fundamentos estão no mercado por provavelmente cinco a seis meses e não vimos essa queda”. Por isso, ele disse que não dá para fazer previsões sobre o preço, mas que acha que o preço cairá.
A reportagem é do Agrimoney, traduzida pela equipe MilkPoint Brasil.