Os pontos que pertencem à empresa estão em quatro aeroportos do país - Guarulhos (SP), Viracopos (SP), Natal (RN) e Brasília (DF) - e, segundo estudo da consultoria Rosenberg, há espaço para mais 50 unidades próprias, inclusive em outras cidades. "A tendência é termos mais do que uma loja em um único terminal. Hoje são nove apenas no aeroporto de Guarulhos", diz Alberto Carneiro Neto, que preside a operação.
O negócio foi fundado pelo pai de Alberto, o engenheiro Mário Carneiro, em 1967. A receita mineira do pão de queijo é da mãe de Mário, Arthemia, retratada nos logotipos da marca.
A família detêm o controle integral do negócio desde 2010, depois de o Standard Bank Private Equity deixar os investimentos no Brasil por determinação do banco central da África do Sul, onde está sua sede. Na época, a autarquia proibiu instituições financeiras de comprar fatias de empresas no exterior, para proteger os correntistas de investimentos de risco. O Standard Bank havia adquirido a fatia do fundo Pátria, por R$ 70 milhões em 2009, e devolveu a participação aos fundadores.
A Casa do Pão de Queijo prevê estabilidade na receita que obtém com as franquias este ano, em comparação a 2015, em R$ 75 milhões. Prédios multiuso, centros empresariais e áreas hospitalares têm sido alternativas para abrir novas lojas, pois os shoppings diminuíram as inaugurações com a piora econômica e a disposição de consumo fora de casa caiu.
"A empresa nunca esteve tão preparada para crescer, com tantas respostas, mas quando o assunto é o país, somos pequenos em um contexto conturbado", diz Carneiro. "O drama do cenário econômico é a indefinição sobre o que precisa ser feito e a disposição a aprovar projetos. Embora tudo indique que o cenário está clareando, ninguém viu ainda mudanças da expectativa para a realidade", diz o empresário.
Ele prevê ao menos mais um ano de um cenário macroeconômico 'desafiador'. "Neste sentido, o aeroporto tem uma boa equação de eficiência e de resistência a um ambiente de custos elevados", afirma.
As lojas próprias têm faturamento de quatro a seis vezes superior às franquias, segundo o empresário. Dos 354 franqueados e 541 licenciados (que usam a marca em troca do pagamento de royalties), a empresa recebe apenas uma porcentagem das vendas, enquanto nas lojas próprias fica com a receita toda, excluídos os custos e as despesas.
O faturamento nas unidades em aeroportos deve subir 40% este ano, para R$ 50 milhões. Em cinco anos, as lojas próprias serão 15% dos pontos de venda e responderão por 40% das receitas totais, de acordo com o plano de negócio.
A loja própria representará mais de 50% do crescimento previsto para os próximos anos. O modelo elevou de 200 para 700 os funcionários na folha de pagamento, sendo 500 balconistas. As unidades administradas pela própria rede têm sido parâmetro para novos projetos arquitetônicos e para testar equipamentos, como sanduicheiras, e embalagens. O investimento é feito com caixa próprio.
A Casa do Pão de Queijo já operou em terminais aéreos na década de 90. A empresa tem 27 lojas franqueadas em aeroportos pequenos e regionais e mais 20 unidades próprias nos terminais com muito fluxo, concedidos à iniciativa privada há cerca de três anos pela necessidade de modernização antes da Copa e da Olimpíada. O plano de expansão da empresa depende de novos projetos de concessão.
Para a rede de confeitarias O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo, comprada em 2010, a ideia é manter o negócio pequeno. Hoje são dez unidades e minilojas (corners) nos pontos de venda da Casa do Pão de Queijo, quiosques e pontos de venda temporários, como "pop up stores" e "food trucks".
A companhia não descarta a vinda de um sócio, mas Carneiro afirma não ter conversas neste momento. A Casa do Pão de Queijo espera por um cenário melhor para pôr em prática o que tem aprendido. "Muita gente está esperando um momento melhor para investir. Nós somos um deles."
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As informações são do jornal Valor Econômico.