Calor e seca prejudicam produção de leite na região oeste dos EUA
Desafiada pelo calor e pela seca, a produção de leite na região oeste dos Estados Unidos está freando os aumentos de produção em outras partes do país, como Wisconsin, Pensilvânia, Nova York, Michigan e Minnesota. A menor produção de leite no oeste devido às altas temperaturas e à seca disseminada está limitando os dados de produção nacional, mesmo com os produtores da região leste tendo registros de aumentos na produção.[...]
Publicado por: MilkPoint
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A menor produção de leite no oeste devido às altas temperaturas e à seca disseminada está limitando os dados de produção nacional, mesmo com os produtores da região leste tendo registros de aumentos na produção.
A produção de leite em junho nos 23 estados de maior produção, de 7,44 bilhões de quilos, desacelerou para um aumento de 0,7% com relação ao ano anterior, após um aumento médio de 1,7% de janeiro a maio, de acordo com dados do Serviço Nacional de Estatísticas Agrícolas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
A produção na Califórnia caiu em 4,3% em junho comparado com junho do ano anterior. A produção caiu em 69,40 milhões de quilos com 1.000 vacas a menos e um déficit de 38,56 quilos por vaca.
Grande parte disso tem a ver com a qualidade dos alimentos disponíveis às vacas, disse o produtor e diretor executivo da Western United Dairymen, de Porterville, Califórnia, Tom Barcellos.
A seca e a falta de água fez sua operação redirecionar o pouco de água que tinha da alfafa e do milho para outras forragens, como sorgo. Alguns outros produtores podem estar fazendo ajustes nas rações baseado nos atuais preços do leite e alguns podem estar focados em insumos de baixo custo, disse ele.
O clima quente junto com chuviscos intermitentes também resultou em maior umidade que apenas prejudicou as vacas.
Idaho teve uma desaceleração no aumento da produção de 2,8% em maio para somente 1% em junho. A produção de leite aumentou em 5,44 milhões de quilos com 9.000 vacas a mais, mas com uma perda de 4,54 quilos por vaca.
Parte da queda provavelmente foi devido à qualidade da forragem, mas as altas temperaturas no verão passado estressaram as vacas no estado, afetando seu ciclo de partos desse ano, disse o produtor de leite e presidente da Associação de Produtores de Leite de Idaho, Tony VanderHulst. As vacas secas mostraram a ele que a menor produção é devido ao longo atraso na cria das vacas no verão passado.
Demorou quatro meses para as vacas se recuperarem do calor de julho e agosto passado. Elas não começaram a estabilizar e a ficar prenhes até novembro e dezembro, e o leite começa a ser produzido aos cinco meses de gestação, disse ele. “Nós realmente não tivemos um pico na primavera”.
Sua operação está com um curral de vacas secas mais cheio que o normal para essa época do ano e as altas temperaturas em junho não ajudaram a produção, disse ele.
O calor desse verão nos Estados Unidos também afetou o estado de Washington. A produção de junho caiu um pouco, em 0,4%, mas a perda de 907,18 mil quilos foi com 2.000 vacas a mais e um déficit de 9,07 quilos por vaca.
“As temperaturas extremas afetaram grande parte do Yakima Valley, secando muito leite”, disse o produtor Tony Veiga, que é presidente da Federação de Lácteos do Estado de Washington. A seca e o calor estão certamente afetando a qualidade dos alimentos animais que estão sendo produzidos, disse ele.
O verão quente também está afetando as colheitas de alimentos das vacas em Oregon, limitando a produção de forragens a dois cortes ao invés de três ou quatro, disse a diretora executiva da Associação de Produtores de Leite de Oregon, Tami Kerr. Porém, isso também tem afetado o conforto das vacas, com os animais comendo menos e produzindo menos leite, disse ela.
A produção de leite em junho caiu em 3,2%, 3,18 milhões de quilos a menos com 2.000 vacas a menos e uma perda de 13,61 quilos por vaca.
A menor produção de outras grandes regiões produtoras também ajudou a deter a produção de leite nos Estados Unidos. Texas teve uma queda de 2,1% e Novo México, de 4,5%.
A reportagem é do Capital Press, traduzida pela Equipe MilkPoint.
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