O brasileiro consome em média mais refrigerante e cerveja do que leite. Em 2001 foram 32 litros per capita de leite ante 70 litros de refrigerante e 52 litros de cerveja. Já nos países da União Européia, dos cinco principais líquidos preferidos pelo consumidor, o leite só perde para o café e a água mineral e empata com os refrigerantes, segundo o diretor-superintendente da Láctea Brasil, William Tabchoury.
Quando se avalia o consumo de produtos lácteos de uma maneira geral, o Brasil continua na lanterninha. Cada brasileiro consome o equivalente a 130 litros por ano, o mais baixo volume comparado ao das populações dos países da União Européia. O dinamarquês, por exemplo, ingere o equivalente a 405 litros de leite em produtos lácteos, enquanto o francês e o alemão, 399 e 375 litros por ano, respectivamente. A marca brasileira, além de ser inferior aos europeus, está muito aquém do preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda a ingestão de 175 litros de leite por habitante a cada ano.
"O problema é de estímulo ao consumo", afirma o coordenador do Programa de Análise de Rebanhos Leiteiros do Paraná, veterinário Newton Pohl Ribas. Ao contrário do que ocorre no caso da cerveja e do refrigerante, que não faltam campanhas publicitárias, o leite não é obrigatório na merenda escolar e não há ênfase na ingestão do produto por parte dos idosos, observa. Atualmente, a inclusão obrigatória do leite na merenda escolar ocorre só em Minas Gerais.
Já os produtores de leite apontam obstáculos de ordem técnica ao crescimento do consumo. "Leite tem de ser bom", resume o pecuarista Lucas Rabbers. Segundo ele, mais do que as campanhas publicitárias para conquistar o paladar do consumidor, o segredo para estimular o consumo é caprichar na produção. "Tudo o que é bom a criança prova e gosta, sem precisar acrescentar sabores artificiais", diz.
A alta qualidade do produto é o fator fundamental, apontado por Rabbers para que, por exemplo, em países como Estados Unidos e Canadá a população tenha o hábito de tomar um copo leite frio durante as refeições no lugar do refrigerante.
Fonte: O Estado de São Paulo (por Márcia de Chiara), adaptado por Equipe MilkPoint
Brasileiro consome mais cerveja e refrigerante
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MÁRCIO LUIZ CHAVES
OUTRO - MINAS GERAIS - ESTUDANTE
EM 29/08/2002
O problema do consumo do leite é antes de tudo cultural. Como mostra o artigo, não é devido à baixa renda. O problema é falta de hábito.
Portanto, deviam ser implementadas ações direcionadas a criar esse hábito.
Quanto ao problema da qualidade, não sei se no Brasil é tão importante.
Segundo o trabalho coordenado pelo Prof. Ricardo Reis em Lavras, o consumo de leite informal é de 31% do total consumido e a razão principal da escolha do informal é a "qualidade". A população não tem o hábito de tomar leite, e uma parte significativa que tem esse hábito, não sabe o que é leite de qualidade. Como quase todos os problemas brasileiros, o do consumo de leite também tem sua raiz na falta de educação básica.
Portanto, deviam ser implementadas ações direcionadas a criar esse hábito.
Quanto ao problema da qualidade, não sei se no Brasil é tão importante.
Segundo o trabalho coordenado pelo Prof. Ricardo Reis em Lavras, o consumo de leite informal é de 31% do total consumido e a razão principal da escolha do informal é a "qualidade". A população não tem o hábito de tomar leite, e uma parte significativa que tem esse hábito, não sabe o que é leite de qualidade. Como quase todos os problemas brasileiros, o do consumo de leite também tem sua raiz na falta de educação básica.