BNDES admite que investimentos na LBR foram "falha de diagnóstico"

De acordo com o Valor Econônico, Jaldir Lima, chefe do departamento de agroindústria do BNDES, admitiu ontem que o banco estatal cometeu uma "falha de diagnóstico" nos investimentos que fez na LBR - Lácteos Brasil.

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De acordo com o Valor Econônico, Jaldir Lima, chefe do departamento de agroindústria do BNDES, admitiu ontem que o banco estatal cometeu uma "falha de diagnóstico" nos investimentos que fez na LBR - Lácteos Brasil.

A LBR, criada no fim de 2010 a partir da união entre os laticínios Bom Gosto, do empresário Wilson Zanatta, e Leitbom, controlada pela Monticiano, surgiu com a promessa de ser um gigante em lácteos. Assim, como acionista da Bom Gosto, o BNDES patrocinou a criação da LBR na época com um aporte de R$700 milhões, ficando com 30,3% do capital da LBR.

Contudo, a promessa não vingou. Segundo o Valor, além de entrar com pedido de recuperação judicial no começo deste ano, a LBR levou o BNDES a fazer uma baixa contábil de R$657 milhões. Recentemente, conforme já divulgado pelo Valor, a Lactalis está em negociação para a aquisição da LBR.

Os credores da LBR reunirão hoje em assembleia com o objetivo de discutir o plano de recuperação judicial apresentado pela empresa, entretanto, a LBR tem a expectativa de que os credores deliberem pela suspensão da assembleia, para dar tempo aos credores de avaliar os desdobramentos das negociações entre a empresa brasileira e a Lactalis.

Caso a decisão seja pela não suspensão da assembleia, os credores terão de apreciar o plano de recuperação proposto anteriormente, que prevê o pagamento dos débitos pelo valor de face, mas a quitação do principal só a partir de 2021 no caso dos credores com garantia e quirografários (sem garantia). Os credores considerados fornecedores essenciais, como produtores de leite, seriam pagos em até 24 meses a partir da aprovação do plano.

Segundo reportou o Valor, para Jaldir Lima, o fracasso da LBR advém de um "problema estrutural do setor" de lácteos, que sofre pressão de margem com a concorrência no segmento de leite longa vida (UHT), dificuldades de monetizar créditos tributários e sobretudo baixa produtividade da pecuária de leite no país.

A matéria cita que Lima reconheceu que esses problemas já existiam quando o BNDES decidiu investir na LBR, "mas a identificação desses problemas não veio a tempo". Ainda segundo ele, o banco estatal acreditava que a criação de uma empresa forte de lácteos poderia atacar os problemas estruturais do segmento, contudo, o objetivo não foi atingido. O Valor coletou as informações ontem durante a participação em um debate de Jalfir Lima no Salão Internacional de Avicultura (SIAV), em São Paulo.

As informações são do Valor Econômico, por Luiz Henrique Mendes, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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darlani  porcaro
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/09/2013

A   Friboi , como é um patrimônio  do Sr. Lula e  Lulinha , vai pelo mesmo caminho , como tem padrinho forte , nós é que vamos pagar a conta também, não tenham  dúvida , isto é Brasil.
marcos alves
MARCOS ALVES

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 02/09/2013

Se eu tenho uma "falha de diagnóstico" na minha vida vou parar no SPC e o governo não me ajuda. Porque tenho que ajudá-los a pagar a conta?
José Antonio
JOSÉ ANTONIO

SALVADOR - BAHIA

EM 02/09/2013

Falta recursos para negócios sustentáveis, pé no chão, nunca falta recursos para empresas de fachadas constituídas para investir em algum negócio, nunca faltou recursos  para empresas migratórias de incentivos estaduais/federais ou para "empresas nanicas" que se transformam em GIGANTES em curto tempo, Deus fez o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, "os consultores" do BNDES fazem o milagre do crescimento dos nanicos.

Neste diluvio, desce muita lama nas enxurradas.
Heinbert Sand
HEINBERT SAND

CAMPO ERÊ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/09/2013

Quando eu era estudante de Agronomia na UFSM de Sta. Maria (RS), muito se dizia que quando  derrubássemos a ditatura militar, se valorizaria a competencia (a capacidade produtiva) dos indivíduos que ocupariam  cargos no setor público. Passaram-se todos esses anos, a esquerda brasileira comanda o País, e fazem MUITO PIOR !
clafampére
CLAFAMPÉRE

AMPÉRE - PARANÁ - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 30/08/2013

ISSO E UMA VERGONHA MAIS UMA O NOSSO DINHEIRO  INDO POR AGUA A BAIXO OU MELHOR LEITE A BAIXA SENDO SUGADO POR MEIA DUZIA A ONDE ESTA O MINISTERIO PUBLICO PARA INVESTIGAR ISSO. E NOS BRASILEIROS QUE PAGAMOS IMPOSTOS MAIS UMA LEVANDO  O PREJUISO.....................
Servio Tullio Lara de Vasconcelos
SERVIO TULLIO LARA DE VASCONCELOS

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 30/08/2013

E a Friboi? Vai para o mesmo caminho?....parece que sim....
Alex M. M. Sá Andrade
ALEX M. M. SÁ ANDRADE

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 29/08/2013

Foi assim ,na Nilza , nas empresas do eike ....vai uma empresa menor e sem padrinhos  tentar  um aporte do bndes.... esse é o BRASIL.
darlani  porcaro
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/08/2013

Alguém influente , geralmente político, fez a cabeça desses banqueiros do governo, para conseguir esta verba grande que nunca vai  ser paga, é caso de cadeia em qualquer lugar, mas como estamos no Brasil , fica por  isto  mesmo, e a  conta quem paga somos nós, é uma vergonha.
Edson Agostinho Tomazella
EDSON AGOSTINHO TOMAZELLA

SANTA FÉ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/08/2013

João Marcos, vc realmente matou a pau, se o avaliador das negociações fosse de uma empresa privada ja teria dançado, isto é mais um desmande com dinheiro publico.
João Marcos Guimarães
JOÃO MARCOS GUIMARÃES

CARRANCAS - MINAS GERAIS

EM 29/08/2013

Não sou economista, nem entendo do assunto, mas tinha certeza de que o investimento do BNDES na LBR não teria retorno.

Se fosse em um banco privado o avaliador seria demitido por incompetência. O BNDES deveria investir pequenos valores em pequena indústrias, o valor investido na LBR daria para fortalecer inúmeros pequenos laticínios que passam apertos mas honram seus compromissos.

O dinheiro público, ao contrário do que muitos pensam, tem dono, portanto deveria ser bem empregado.

Paulo R. F. Mühlbach
PAULO R. F. MÜHLBACH

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/08/2013

A "baixa contábil" de R$657 milhões ficará a cargo do contribuinte de impostos, a "falha de diagnóstico"  deve ser por conta do "aspone" nomeado por critérios políticos, e o causador do rolo todo, que engendrou as maracutaias, se safará, "podre de rico".
Qual a sua dúvida hoje?