Bilhões de bocas nos países emergentes representam desafio ao setor de lácteos

Maury Leyland, diretora gerente de pessoas, cultura e estratégia da Fonterra Co-operative Group, disse que, hoje, 760 bilhões de litros são produzidos por ano e que, até 2023, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a demanda global por leite aumentará para 900 bilhões de litros. "Temos um problema", disse ela. "Se continuarmos os negócios do modo que estamos habituados, nunca conseguiremos suprir a crescente demanda".[...]

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Maury Leyland, diretora gerente de pessoas, cultura e estratégia da Fonterra Co-operative Group, disse que, hoje, 760 bilhões de litros são produzidos por ano e que, até 2023, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a demanda global por leite aumentará para 900 bilhões de litros. “Temos um problema”, disse ela. “Se continuarmos os negócios do modo que estamos habituados, nunca conseguiremos suprir a crescente demanda”.

O principal motivo é uma população global crescente, que deverá alcançar 9,6 bilhões até 2050. “São muitas bocas para alimentar”. O consumo de carnes aumentará em 73% e o consumo de lácteos dobrará. “A única resposta é expandir a oferta, especialmente nas economias emergentes e em desenvolvimento, onde sabemos que a demanda crescerá mais rapidamente”.

Mais de 4,4 bilhões de pessoas vivem na Ásia – mais de dois terços da população mundial – e os governos querem garantir que uma porção razoável de suas demandas de alimentos possa ser suprida localmente.

“Temos o dever de compartilhar nossa experiência com lácteos e assistir no desenvolvimento de indústrias de lácteos robustas em todo o mundo. A produção rural é um negócio e, para ser sustentável, precisa ser lucrativa. Nós usamos nossa experiência como líder global na produção leiteira responsável, nutrição e excelência em lácteos para ajudar as indústrias de lácteos em redor do mundo a crescer”, continua Leyland. “Ao possibilitar produtores locais de produzirem mais leite, fazendo isso de forma lucrativa e segura, estamos ajudando países a desenvolverem indústrias de lácteos viáveis e sustentáveis. Podemos ajudar países a suprir sua crescente demanda doméstica, que é tão importante para a segurança alimentar e acesso aos lácteos para nutrição. Todos ganham – e isso é algo que estamos vendo em primeira mão em países nos quais estamos trabalhando lado a lado com a indústria de lácteos local”.

Ela citou o exemplo do Sri Lanka, um importante mercado de exportação para a Fonterra e um país onde a empresa também obtém leite de cerca de 4.000 produtores locais. “No Sri Lanka, uma fazenda leiteira típica tem um rebanho de apenas quatro vacas. A produção de leite tende a ser baixa devido à má nutrição e às lentas taxas de crescimento de vacas de reposição”.

Desde 2013, a Fonterra tem trabalhado com um grupo piloto de produtores e fornece a eles suporte sobre nutrição animal. Menos de dois anos depois, 50% das fazendas do piloto estão cultivando pastagem com alto valor nutricional e os produtores conseguiram aumentos de 40 a 60% na produção de alimentos para os animais, taxas de crescimento e volume de leite. Agora a Fonterra está trabalhando para transferir o conhecimento desse piloto a outros fornecedores.

Na China, a Fonterra possui dois polos de produção, com 24.000 vacas leiteiras. “Até 2025, nosso objetivo é produzir um bilhão de litros de leite seguro e de alta qualidade por ano dessas fazendas para nossos clientes chineses. Nossas fazendas empregam cerca de 250 funcionários locais, que estão sendo treinados em conhecimento dentro e fora da porteira”, a diretora afirma.

Na Austrália, a Fonterra coleta cerca de 1,6 bilhão de litros de leite por ano. Há 15 anos, as bacias leiteiras da Austrália e Nova Zelândia eram aproximadamente do mesmo tamanho, cada uma produzindo cerca de 10 bilhões de litros de leite por ano. Hoje, a bacia da Austrália caiu para 9,23 bilhões de litros, enquanto, no ano passado, a Nova Zelândia produziu 20,6 bilhões de litros de leite.

“Acreditamos que há uma capacidade significativa para crescimento no setor lácteo australiano. A melhor forma de alcançar esse crescimento é encorajando nossos produtores a fazer o que eles fazem de melhor – produzir leite seguro e de alta qualidade. E nosso papel é ajudar nossos produtores a ter negócios lucrativos, de forma que eles tenham confiança para investir de volta na fazenda e no crescimento”. “Na Austrália, fazemos isso através dos programas Fonterra SupportCrew e GroPlan, que fornecem a nossos produtores conselhos e suporte que necessitam para construir e aumentar seus negócios. Desde a introdução do programa SupportCrew, nós, coletivamente, vimos mais de A$ 2 milhões (US$ 1,52 milhões) retornando aos nossos produtores – dinheiro que pode ser usado para reinvestir no negócio”.



“Nós acreditamos firmemente que podemos aumentar a bacia leiteira australiana, do mesmo modo que fizemos em outros locais do mundo. Independentemente de onde operamos, temos dois direcionadores básicos: leite de alta qualidade e modelo de negócios lucrativo e sustentável. A estratégia da Fonterra é aumentar o volume de leite que vendemos e agregar valor ao leite para gerar um retorno lucrativo e sustentável para todos da cadeia de fornecimento”.

Leyland afirma que colocam em prática um modelo integrado – do pasto ao copo – de forma que a confiança e a segurança alimentar são construídas na cadeia de fornecimento do começo ao fim. Isso faz sentido comercialmente, faz sentido para as comunidades onde trabalham e faz sentido para o mundo onde a demanda por lácteos para nutrição está crescendo.

O artigo é do The Australian, traduzido pela Equipe MilkPoint.
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