Balança comercial de lácteos: importações subiram 50,4% em 2015

De janeiro a dezembro de 2015, o déficit acumulado da balança comercial de lácteos em equivalente-leite foi de cerca de 562 milhões de litros, mais do que o triplo do déficit apresentado ao longo de 2014, que foi de 162 milhões de litros.

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A balança comercial de produtos lácteos terminou 2015 com saldo negativo de US$ 100,1 milhões, valor bastante próximo ao déficit de US$ 102,9 milhões observado no ano anterior.

Com um total de mais de 531,6 milhões de litros exportados em equivalente-leite, 2015 apresentou uma queda de 5,5% em relação ao volume de 2014, de mais de 562,5 milhões de litros. O principal destino das exportações brasileiras continua a ser a Venezuela que, em valor, foi responsável por 74,7% da receita de exportações com lácteos (US$ 238,6 milhões), seguida por Arábia Saudita (US$ 12,7 milhões), Angola (US$ 11 milhões) e Emirados Árabes Unidos (US$ 6,5 milhões).

Gráfico 1 - Principais destinos das exportações brasileiras em 2015.

O maior volume das exportações nesse último ano foi de leite em pó integral, com mais de 41.000 toneladas exportadas a um preço médio de US$5.679/ton, com a maior parte do volume destinado ao mercado venezuelano. Embora com um volume 24,5 % menor que o do ano anterior, o leite condensado ficou em segundo lugar em 2015, com mais de 21.000 toneladas exportadas, seguido por creme de leite e queijos.

Tabela 1 - Ranking dos principais produtos lácteos exportados em 2015 (ton).


Fonte: Aliceweb – Elaboração: MilkPoint Inteligência

As importações de produtos lácteos em 2015 apresentaram um crescimento de 50,4% em relação ao ano anterior, com um total de, aproximadamente, 1,1 bilhão de litros importados em equivalente-leite.

Em valor, os países que mais forneceram lácteos ao Brasil foram a Argentina (US$ 176,4 milhões, 42,1% do total), seguida do Uruguai (US$ 174,3 milhões, 41,6% do total), dos Estados Unidos (US$ 16,6 milhões, 4% do total) e da França (US$ 9,6 milhões, 2,3% do total). Considerando apenas os volumes de leite em pó, o cenário se altera e o Uruguai se torna a principal origem (53,5%), seguido da Argentina (43,2%) e dos Estados Unidos (2,4%).

Gráfico 2 – Origem das importações brasileiras em 2015.

No ranking dos principais produtos lácteos importados, o leite em pó integral também aparece em primeiro lugar, com mais de 58.500 toneladas importadas a um preço médio de US$ 2.761/ton. Em segundo lugar, ficou o leite em pó desnatado com um volume de mais de 34.500 toneladas importadas, apresentando um aumento de 47,5 % em relação ao ano anterior, seguido por queijos e soro de leite, respectivamente.

Tabela 2 - Ranking dos principais produtos lácteos importados em 2015 (ton).


Fonte: Aliceweb – Elaboração: MilkPoint Inteligência

De janeiro a dezembro de 2015, o déficit acumulado da balança comercial de lácteos em equivalente-leite foi de cerca de 562 milhões de litros, mais do que o triplo do déficit apresentado ao longo de 2014, que foi de 162 milhões de litros. O gráfico 3 a seguir apresenta este cenário, mostrando o histórico mensal do saldo da balança de lácteos 2014 x 2015.

Gráfico 3 - Saldo anual da balança comercial de lácteos em equivalente leite (milhões de litros/ano).



A matéria é da Equipe MilkPoint, a partir de dados do MDIC.
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Material escrito por:

Larissa Miiller

Larissa Miiller

Estudante de Engenharia Agronômica - Universidade de São Paulo/ESALQ

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José Antonio
JOSÉ ANTONIO

SALVADOR - BAHIA

EM 19/01/2016

Parabéns Larissa, importante artigo que nos remete analisar internamente o que estamos fazendo com a nossa produção.



O Uruguai e a Argentina tem uma unica politica que independe de qual estado ocorre a produção, infelizmente nós somos "mais inteligentes" e temos 27 politicas fiscal diferente. Temos para todos os gostos, menos do produtor.



O volume importado apenas com Leite em pó Integral e Desnatado, sendo transformado em leite fluído corresponde aproximadamente a 885 milhões de litros.



A quem serve estas politicas fiscais que sobrevive a décadas?



A quem interessa o fechamento de plantas industriais com estrutura para fabricar Leite em pó?
Claudemir das Neves Souza
CLAUDEMIR DAS NEVES SOUZA

CONTAGEM - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/01/2016

Má notícia para os produtores brasileiros.

Agora com o subsídio na Argentina, será mais fácil para as indústrias, importar barato, e diminuir o preço do leite no Brasil.

Daqui uns dias vamos produzir leite de graça.
Genecio Feuser
GENECIO FEUSER

PARANAVAÍ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/01/2016

Que mercado é esse? Não respeita valor do dólar, o custo de importação aumentou muito e não dão nem bola. O Brasil, porém mesmo com o cambio nas alturas (a favor) não consegue exportar. ?
Qual a sua dúvida hoje?