Seu discurso de posse só ocorrerá no próximo dia 9, quando haverá um encontro especial do Conselho Geral da OMC para recepcionar Azevêdo, o primeiro brasileiro a ocupar o posto na instituição.
Mal assumiu o cargo e Azevêdo já tem pela frente seu primeiro desafio na condução do comércio mundial. Azevêdo participa nesta semana de seminário dos líderes do G-20, a ser realizado em São Petersburgo, entre quinta-feira e sábado.
Na Rússia, o brasileiro deverá se reunir com vários líderes e seu recado deve ser em forma de apelo pela preservação do sistema multilateral do comércio, hoje em crise.
A expectativa é que ele, além de defender o multilateralismo no comércio, peça um tempo aos membros do G-20 para definir um projeto mais amplo. O mesmo pedido deve ser reforçado diretamente ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Azevêdo também deve alertar integrantes do seminário do G-20 para o impasse na Rodada Doha e pedir apoio para os trabalhos preparatórios até a conferência ministerial, em Bali.
De acordo com o site da OMC, Azevêdo disse que a nona conferência ministerial, a ser realizada no dia 6 de dezembro em Bali, é prioridade.
"Acredito que um acordo pode ser alcançado apesar do pouco tempo até Bali" afirmou o diretor-geral, segundo informação divulgada pela OMC.
Para chegar ao comando da instituição, o embaixador venceu a disputa contra o mexicano Herminio Blanco, em maio. Azevêdo assume o lugar do francês Pascal Lamy.
O brasileiro já nomeou o chinês Yi Xiaozhun para a vice-diretoria em retribuição ao apoio dado pela China na sua eleição. Trata-se de um posto-chave dentro da OMC. É a primeira vez que um cargo de alto escalão na instituição é ocupado por alguém de Pequim, o que deve assegurar influência dos chineses no futuro do desenho das regras do comércio mundial.
Roberto Azevêdo também nomeou um nigeriano, um alemão e um norte-americano como adjuntos.
As informações são da Agência Estado adaptadas pela Equipe AgriPoint.