A petição visa influenciar os reguladores australianos de produtos alimentares e os consumidores para seguirem o exemplo dos legisladores europeus. Durante quase um ano, o órgão local que representa produtores, processadores e distribuidores de produtos lácteos tomou uma posição contra o que vê como um uso ilegal do bom nome do leite de verdade e dos benefícios nutricionais que esse nome implica. Sua petição on-line exige apoio público para a aplicação adequada da rotulagem ao consumidor de leite e outros produtos lácteos e de alternativas de origem vegetal na Austrália.
Os extratos de plantas comumente vendidos como leite incluem bebidas de soja, amêndoa, castanha de caju, aveia, cânhamo e arroz, enquanto na UE, a coalhada de soja (tofu) às vezes é rotulada como "manteiga".
Embora o sentimento australiano contra os nomes falsos de leite não seja universal entre os grupos da indústria láctea, a Dairy Connect aproveitou um tema que ganhou força considerável em todo o mundo.
Assunto polêmico nos vários cantos do mundo
Em junho, o Tribunal de Justiça Europeu declarou que "os produtos puramente à base de plantas não podem, a princípio, ser comercializados com designações como leite, creme, manteiga, queijo ou iogurte".
Nos Estados Unidos, existe um apoio político sólido para uma proposta de lei clara da Administração de Alimentos e Drogas (FDA) que defende o leite das imitações, incluindo iogurte não lácteo e produtos de queijo.
Leis semelhantes proíbem que as alternativas aos produtos lácteos sejam rotuladas como leite no Canadá, além de proteger a palavra leite para descrever "a secreção láctea obtida da glândula mamária de uma vaca". "Estamos vendo um aumento no número de imitações lácteas elaboradas com vegetais e acreditamos que isso tem sido fonte de confusão entre os consumidores”, disse o diretor executivo da Dairy Connect, Shaughn Morgan,
Compradores induzidos ao erro
Alguns compradores agora igualam os grandes benefícios nutricionais do leite de vaca com os das bebidas vegetais. "Aplaudimos a decisão do Tribunal Europeu já que as bebidas à base de plantas não são leite. Diante disso, gostaríamos que a Austrália acompanhasse as progressivas leis de rotulagem dos produtos lácteos nos mercados externos”.
Em uma resposta oficial ao debate sobre a rotulagem do leite, a empresa Lion Dairy & Drinks argumentou que o uso do nome "leite" para os produtos extraídos de plantas foi bastante direcionado pela forma como o consumidor responde. “Vemos o sentimento do consumidor se referindo a esses produtos como leites e, como resultado, estamos felizes em usar esse termo", disse a empresa.
No entanto, Morgan disse que as leis de comércio justo e as leis de alimentos na Austrália exigem que os rótulos não transmitam aos consumidores informações falsas ou enganosas. Ele pediu aos membros da indústria de lácteos e à comunidade em geral que apoiem os produtores de leite assinando a petição e compartilhando a campanha.
Informações verdadeiras nos rótulos do leite proporcionariam aos consumidores uma distinção mais clara entre os dois tipos de produtos, incluindo a presença potencial de alérgenos ou intolerâncias, além de fornecer mais clareza sobre os métodos de formulação utilizados nas duas categorias de produto. Assim, seria assegurada uma melhor conscientização dos consumidores sobre as variações nutricionais entre os lácteos frescos tradicionais e as bebidas vegetais.
A petição do Dairy Connect está disponível em www.change.org/p/taking-a-stand-for-real-milk.
As informações são do http://www.theland.com.au, traduzidas e resumidas pela Equipe MilkPoint.