"O mercado de bovinos é o próximo a ter um ciclo intenso de absorção de tecnologia", disse ao Valor o sócio- diretor da Auster, Paulo Portilho. Dono do maior rebanho comercial do mundo, com mais de 200 milhões de bovinos, o Brasil não trata sequer a metade do rebanho com pacote tecnológico - o que inclui ração, saúde animal e genética. Diferentemente do que ocorre em países como EUA e Austrália, concorrentes na exportação de carne bovina. A aposta, consenso entre analistas e empresas do setor, é que essa situação se transformará ao longo dos próximos anos para que o Brasil possa abastecer a crescente demanda global, sobretudo na Ásia.
Para a Auster aproveitar o crescimento previsto e fornecer produtos - ingredientes que são misturados à ração - para bovinos, uma aquisição é fundamental, disse Portilho. "Hoje, não temos penetração", reconheceu. Segundo o empresário, a empresa precisa de uma equipe comercial especializada e maior proximidade com o Centro-Oeste, onde estão os maiores confinamentos (sistema intensivo de engorda).
"Estamos procurando empresas que gravitem em torno dos confinamentos para usá-las como canal de vendas", afirmou. Segundo ele, a Auster deseja ter uma fábrica de sal mineral para atender Centro-Oeste e também a região do Matopiba - confluência entre os Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Embora tenha ressaltado que o sucesso de uma eventual aquisição depende de fatores que não estão sob o controle da Auster - interesse vendedor e preço do ativo -, Portilho adiantou que a empresa tem um plano para financiar a compra: a Auster poderá se transformar em uma Sociedade Anônima (S/A) e emitir debêntures.
Mas enquanto não avança no setor de bovinos, a empresa busca crescer na área de aves e suínos. O empresário projeta que o faturamento da companhia crescerá 30% em 2017, atingindo cerca de R$ 210 milhões. No ano passado, a Auster faturou R$ 162 milhões. Segundo Portilho, as dificuldades enfrentadas em 2016 pelos criadores de aves e suínos, devido à alta dos preços do milho, serão superadas neste ano.
As informações são do jornal Valor Econômico.