O maior acesso da Nova Zelândia ao setor de lácteos dos Estados Unidos através da Parceria Transpacífica (TPP, sigla em inglês) seria “prejudicial” aos produtores e processadores no país, disse uma coalizão de organizações de produtores rurais americanos.
Em uma carta do Comitê de Finanças do Senado dos Estados Unidos enviada no início desse mês, a coalizão de 11 organizações rurais afirmou que a presença “monopolística” da Fonterra no mercado tem potencial de prejudicar seriamente o sustento dos americanos.
A Fonterra atualmente compra e processa cerca de 90% do leite cru produzido pelos produtores da Nova Zelândia. De acordo com a coalizão, os Estados Unidos não podem competir “com as importações de lácteos produzidos sob condições injustas”.
"O novo acesso ao mercado para o setor de lácteos monopolístico da Nova Zelândia seria especialmente prejudicial aos produtores de leite dos Estados Unidos e para aqueles que produzem e processam leite em pó desnatado, gordura do leite e queijos”, disse a carta. “É crítico que o Congresso forneça uma direção clara e uma fiscalização sobre as expectativas para os negociantes dos Estados Unidos visando evitar sérios problemas ao sustento do setor agrícola”.
Também nesse mês, um grupo de mais de 30 senadores dos Estados Unidos fizeram um pedido quase idêntico em uma carta ao secretário de agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack e ao representante comercial do país, Ron Kirk.
Os senadores levantaram preocupações sobre o impacto na expansão do comércio de lácteos entre Estados Unidos e Nova Zelândia se “não forem feitas reformas pela Nova Zelândia”.
“A Nova Zelândia está consistentemente expressando interesse em um maior acesso a seus produtos lácteos para entrar no mercado americano. Ao mesmo tempo, é de nosso entendimento que a Nova Zelândia resiste em considerar reformas significativas em suas políticas leiteiras, o que permite a concentração de virtualmente 90% de toda sua oferta de leite nas mãos da companhia”.
“Os produtores e processadores de leite em nossos estados estão muito preocupados com essa concentração de mercado que a Nova Zelândia, o maior exportador mundial de lácteos, possui, com uma vantagem tremenda nos mercados globais e são insistentes em ver isso efetivamente como um precursor necessário para qualquer expansão no comércio de lácteos entre Estados Unidos e Nova Zelândia no TPP”.
Japão
Ao mesmo tempo, o Conselho de Exportações de Lácteos (USDEC), a Federação Nacional de Produtores de Leite (NMPF) e a Associação Internacional de Alimentos Lácteos (IDFA) ficaram satisfeitos com a recente declaração de interesse do Japão de se unir às negociações de livre comércio do TPP.
“A adição do Japão expande bastante o espaço do TPP e esse mercado é uma oportunidade significante às exportações de lácteos dos Estados Unidos”, disse o vice-presidente sênior do IDFA, Clay Hough.
O presidente do USDEC, Tom Suber, disse que a adição do Japão “aumentaria de forma dramática a significância das negociações”. “A indústria de lácteos dos Estados Unidos verá o valor real nas negociações do TPP se forem capazes de abrir novos mercados, como Japão e Canadá, de usar o processo do TPP para fortalecer as leis comerciais globais e para garantir mudanças políticas significativas na competição do setor de lácteos da Nova Zelândia”.
A reportagem é do Dairy Reporter, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
Aumento do comércio de lácteos entre EUA e NZ será "prejudicial" ao setor americano, dizem produtores
O maior acesso da Nova Zelândia ao setor de lácteos dos Estados Unidos através da Parceria Transpacífica (TPP, sigla em inglês) seria "prejudicial" aos produtores e processadores no país, disse uma coalizão de organizações de produtores rurais americanos.
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