Argentina poderá ter capacidade de 40 milhões de litros diários em 2015

Graças aos investimentos que estão sendo feitos, principalmente para melhoramento nos processos de fabricação de queijos, até o final desse ano, a capacidade instalada aumentará em 10% e, em 2015, a produção deverá atingir 40 milhões de litros diários.

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 3 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 0
Ícone para curtir artigo 0

O presidente do Centro da Indústria Leiteira (CIL) da Argentina, Miguel Paulón, foi um dos palestrantes das Jornadas Técnicas Forratec, realizada na capital argentina na semana passada. Ele disse que, no primeiro trimestre do ano, haverá menor produção de leite por causa de dois fenômenos: a queda abrupta do preço e as condições climáticas adversas.

“Em meados de 2012, o leite em pó tinha um valor no mercado internacional de US$ 2.300 a tonelada e hoje está entre US$ 3.600 e US$ 4.000. Isso obrigou os produtores a reajustar os modelos produtivos para se adequar ao preço da matéria-prima, reduzindo a intensificação. Removeu-se o concentrado da dieta dos animais, que foi responsável por 50% da redução na produção. A outra metade deve-se às condições climáticas desfavoráveis em novembro e dezembro, principalmente com relação quantidade de chuva, que reduz a qualidade das pastagens gerando uma deficiência nutricional nos animais, que hoje estão fornecendo entre 8% e 9% menos leite do que se poderia alcançar nessa época do ano”.

No entanto, Paulón disse que esta baixa será atenuada no segundo semestre, de forma que a produção em 2013 terminará apenas 1% menor do que a de 2012, ano em que a média foi de11,4 bilhões de litros. Por outro lado, ele disse que, graças aos investimentos que estão sendo feitos, principalmente para melhoramento nos processos de fabricação de queijos, até o final desse ano, a capacidade instalada aumentará em 10% e, em 2015, a produção deverá atingir 40 milhões de litros diários.


Fonte: Ministerio de Agricultura, Ganadería y Pesca

Paulón disse que a fraqueza do mercado interno atua contra a cadeia, alegando que dos 1000 operadores que existem, 800 trabalham nesse mercado. Por outro lado, em sua análise sobre o mercado externo, ele disse que esse ano a Venezuela demandará mais leite da Argentina, não porque a Nova Zelândia não pode satisfazer sua demanda, mas sim, porque o sistema de pagamento da Venezuela não convence os neozelandeses.

Ainda que esse ano a relação com o Brasil esteja complexa, ele disse que o novo acordo entre ambos países estabelece que 50% das compras do Brasil ao Mercosul deve vir da Argentina. Do contrário, a cota estabelecida hoje em 3.600 toneladas passaria automaticamente a 4.000 toneladas.

“O fato de que a Nova Zelândia reduziu, no último ano, seu crescimento por causa da seca, está dando oportunidades a outros exportadores como os Estados Unidos e países da América do Sul, como Uruguai, Argentina e Chile”, disse Paulón.

Paulón também destacou o mercado do Chile, que está aumentando muito seu consumo de queijos, e da África, em particular, porque a Argentina está tendo um bom desempenho e está mais interessante por causa do preço de US$ 4.000/tonelada. A China, por sua vez, seguirá comprando ingredientes (proteínas concentradas de leite e proteínas do soro) e leite desnatado para fórmulas infantis. Um dado importante é que, anualmente, a China está importando cerca de 700 mil toneladas de leite em pó.

Sem o embargo, a volatilidade do mercado internacional continua sendo uma debilidade muito importante. “Lembro-me quando estava saindo da SanCor, em 1991, que vendíamos leite em pó a menos de US$ 1.100 a tonelada e até tivemos que fazer operações por necessidades financeiras de US$ 1.050/tonelada, que foi o primeiro embarque à Venezuela. Se pegarmos o valor histórico que, até 2010 é de US$ 2.000 a tonelada, vemos que hoje estamos falando de quase o dobro. Quer dizer que isso realmente ocorreu com a demanda de alimentos do mundo, e, com a aparição de outras alternativas de uso da agricultura, gera-se esse novo cenário de preços”.

Ele disse que uma forma de paliar o impacto da volatilidade do mercado internacional seria a criação de um fundo anticíclico que permitiria ajudar os produtores em um cenário como o do ano passado e que funcionaria como o a Cooperativa Nacional de Produtores de Leite do Uruguai (Conaprole) já existente no país.

A reportagem é do Infortambo, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint
Ícone para ver comentários 0
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Qual a sua dúvida hoje?