Argentina: crise no setor leiteiro reduz poder de compra dos produtores

O poder de compra dos produtores de leite da Argentina sofreu uma forte deterioração no último ano, segundo um informe da revista Márgenes Agropecuarios. Com um preço ao produtor que "tem ficado para trás" frente ao aumento da maioria dos custos, a comparação da capacidade de compra do litro de leite em maio de 2016 versus maio de 2015 "mostra uma equação complexa, que leva muitas fazendas à zona da falência".

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O poder de compra dos produtores de leite da Argentina sofreu uma forte deterioração no último ano, segundo um informe da revista Márgenes Agropecuarios. Com um preço ao produtor que “tem ficado para trás” frente ao aumento da maioria dos custos, a comparação da capacidade de compra do litro de leite em maio de 2016 versus maio de 2015 “mostra uma equação complexa, que leva muitas fazendas à zona da falência”.

Em maio de 2015, com um preço de matéria-prima em 36 centavos de dólar o litro, com 303 litros de leite, o produtor podia comprar uma tonelada de milho. Em maio passado, no entanto, com um leite em 22 centavos de dólar, faltavam 877 litros, 190% a mais. O milho, insumo chave nas fazendas leiteiras, estava em US$ 109 a tonelada e passou a US$ 193 a tonelada.

Para a energia elétrica, em maio de 2015, com 0,21 litros de leite o produtor pagava um kwh. Agora, são necessários 0,71 litros, mais de 230% de aumento. “Não é somente uma questão derivada da desvalorização, mas também, de aumentos no preço do milho e de uma inevitável atualização das tarifas elétricas. Tanto o aumento do milho, como das tarifas, era previsível, mas a situação tem se tornado mais complexa pelo atraso no ajuste no preço do leite”.

Co inseticida Cipermetrina, em maio de 2015, com 18 litros de leite se comprava um litro do produto. Para maio de 2016, já faltavam 30 litros de leite para o mesmo, 64% a mais. No caso da alfafa, no ano passado, com 27 litros de leite se comprava um quilo dessa forrageira. Em maio de 2016, eram necessários 39 litros de leite.

Entre outros exemplos, também se pode citar o que aconteceu com o fertilizante fosfato diamônico. Antes, com um leite a 36 centavos de dólar o litro, para conseguir uma tonelada do insumo, eram necessários 1750 litros de leite. Em maio passado, no entanto, com a matéria-prima em 22 centavos de dólar, faltavam 2.455 litros, 40% a mais.

Segundo a Márgenes Agropecuarios, com um preço para o leite de 28 centavos o litro em junho de 2016, “a equação melhora, mas segue no terreno negativo com relação à situação vigente em maio de 2015”. Somente a ureia granulada e o glifosato ficaram mais baratos, em 6% e 2%, respectivamente.

As informações são do La Nación, traduzidas pela Equipe MilkPoint.
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