Argentina: "A cada manhã, ordenhamos a vaca perdendo dinheiro"

O responsável pela comissão de lácteos da Federação Agrária Argentina (FAA), Guillermo Gianassi, queixou-se do fechamento das exportações aos lácteos, determinado pelo governo argentino. Ele responsabilizou as autoridades nacionais por gerar com suas políticas a atual crise do setor [...]

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O responsável pela comissão de lácteos da Federação Agrária Argentina (FAA), Guillermo Gianassi, queixou-se do fechamento das exportações aos lácteos, determinado pelo governo argentino. Ele responsabilizou as autoridades nacionais por gerar com suas políticas a atual crise do setor. “Estamos muito preocupados. Recebemos, como produtores, um valor pelo litro de leite muito longe dos custos de produção”.

“Ordenhamos a vaca a cada manhã perdendo dinheiro. Recebemos uma média de 3 pesos (US$ 0,35) por litro, que está muito longe dos 4 pesos (US$ 0,47) que precisaríamos para ter rentabilidade. Por isso, nos últimos 10 anos, desapareceram 8.000 produtores. O país tinha 18.000 produtores, hoje tem 10.000 – 40% a menos”, explicou ele.

Sua exposição da crise do setor continua com uma comparação com os países vizinhos. “Produzimos 11 bilhões de litros de leite. Estamos estancados, é quase o mesmo volume que há 12 anos. Crescemos somente 6%, o país que menos cresceu da América Latina. No outro extremo, milhões de argentinos pagam cada vez mais caro pelos lácteos na prateleira”.

“Chile, Brasil, Uruguai e Paraguai implementaram políticas públicas muito mais virtuosas e aumentaram a produção de leite e a quantidade de produtores. Na Argentina, sobra ainda leite. Consumimos internamente 8 bilhões de litros contra 11 bilhões de produção”, disse, expondo sua primeira crítica contra o fechamento das exportações aos lácteos.

“Não entendemos essa medida do Governo de frear as exportações. Parece-nos de uma absoluta miopia e lamentamos profundamente. Isso gerará novo fechamento de campos. Os produtores de leite têm uma grande oportunidade, mas não nos ajudam e nos complicam com essas medidas unilaterais”. Por outro lado, disse não entender quais eram os beneficiados por essa nova política.

“Ao consumidor, seguem aumentando. Existe uma enorme distorção entre os 3 pesos (US$ 0,35) do produtor e o que se paga no varejo. O mundo demanda leite. Porém, quando começamos a explicar ao ministro, ele nos interrompeu para nos dizer que vivemos no país da maravilhas. Depois, levantou-se e foi embora, antes de escutar nossa versão”.

“Na semana que vem, em Rosário, será realizada a Mesa Leiteira onde avaliaremos como resolver essa situação. Mobilizaremos propostas nos próximos dias. O Governo não é integral. Essas irresponsabilidades se pagam. Há uma baixíssima qualidade institucional no país”.

A reportagem é do www.edicionrural.com, traduzida pela Equipe MilkPoint Brasil.
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Estêvão Domingos de Oliveira
ESTÊVÃO DOMINGOS DE OLIVEIRA

QUIRINÓPOLIS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/09/2014

Prezados



É muito triste constatar a situação de nossos vizinhos produtores de leite na Argentina. Mas os culpados nessa história são os próprios argentinos que por meio do voto mantiveram a mesma equipe governamental há décadas.



Resultado: crise no campo e aumento de preços para os consumidores.



No Brasil estamos em uma situação muito melhor, mas a continuar as situações de nossa economia isso não vai perdurar por muito tempo.



Precisamos acordar antes que seja cedo ou vão transformar esse país em um modelo similar ao que está sendo a Argentina.



Votemos com consciência
Alexandre dos Reis e Silva
ALEXANDRE DOS REIS E SILVA

GOIÂNIA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/09/2014

Concordo com você, Wagner! O pior é que a nossa cadeia, não sei como, parece sólida mesmo sem alguma intervenção protecionista. Não sei se isso é bom ou ruim, mas estamos sobrevivendo aos colegas do PT, Bolivar, Chaves...
Wagner Beskow
WAGNER BESKOW

CRUZ ALTA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 31/08/2014

O "bolivarianismo" chavista tem deixado um rastro de destruição econômica na América do Sul que levará décadas para consertar.
Qual a sua dúvida hoje?