A empresa está presente na região desde 1992, quando comprou a fábrica que inicialmente possuía capacidade para processar apenas 3.000 litros de leite por dia. Desde a aquisição, a empresa diz que melhorias foram feitas na fábrica buscando ampliar seu espaço físico e a capacidade produtiva, e modernizar seu parque industrial.
Continuando com o processo de desenvolvimento, com o intuito de produzir laticínios com padrão de qualidade cada vez mais alto e ampliar o portfólio de produtos, o último investimento de R$ 40 milhões feito pela Laticínios Davaca possibilitou que a capacidade total de produção da unidade fosse duplicada, aumentando o potencial de processamento para 400 mil litros de leite por dia. A fábrica que, segundo a Davaca, já era a maior planta de queijos do Nordeste se posiciona agora, com 11.000 m ² de área construída e mais de 400 colaboradores, entre as quatro maiores e mais modernas do Brasil nesse segmento.
Pelo fato da região ser representada em sua maioria por pequenos produtores, Lutz Lima, diretor de operações, diz que para a utilização da capacidade plena da nova unidade será necessária a expansão do raio de captação de leite que hoje já está em torno de 250,0 Km no entorno da fábrica. Ele cita ainda que, nesta área de atuação, a empresa já possui cerca de 2.000 produtores rurais ativos, com uma média de captação de 156 litros de leite por produtor (dados médios de fevereiro). “O crescimento dos volumes produzidos por propriedade é uma realidade na nossa região, principalmente quando há investimento em nutrição animal na forma da complementação nutricional com cana de açúcar nos períodos de seca”, afirma ele acreditando no desenvolvimento da região.
Segundo Lutz Lima, existem problemas graves de infra-estrutura na zona rural brasileira, fatores cujo controle está fora do alcance do produtor rural e da própria indústria,que prejudicam muito o setor. Ele explica que as linhas de transmissão e transformadores instalados na zona rural de estados como Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, em sua maioria, não são suficientes para sustentar motores industriais como as unidades condensadoras de tanques de resfriamento de 4.000 litros ou mais. “Simplesmente não há estabilidade nas linhas. Existe luz, mas não energia”, cita ele. Este fato, afirma Lima, aliado às condições precárias das estradas vicinais de praticamente todas as regiões produtoras de leite, “exige que a empresa aumente a sua capilaridade de coleta, com tanques de expansão menores de até 1.000 litros. Além disso, para otimizar nossa atividade, realizamos investimentos em postos avançados de resfriamento e em toda a frota de coleta, que é renovada em intervalos de no máximo quatro anos, adotando apenas veículos com tração dianteira e traseira.”. De acordo com o diretor de operações, tudo isso contribui para o aumento dos custos de coleta de leite, mas a adaptação às especificidades do mercado brasileiro é essencial para a sobrevivência das empresas no setor lácteo.
Dentre as ações da empresa para garantir um maior fornecimento de leite, Lima diz que primeiramente a empresa garante atenção aos movimentos do mercado e à adoção de políticas justas de remuneração para o produtor rural. “Acreditamos também na excelência da coleta de leite, realizada em grande parte com frota própria e administração destacada dentro do nosso negócio. A adoção de programas de assistência técnica para o produtor de leite, fomentando o aumento gradual do seu volume produzido é também uma política de destaque, uma vez que com um aumento do leite por propriedade, temos mais renda para o produtor. O foco das ações de capacitação do produtor passa sempre pelo desenvolvimento de melhores práticas de nutrição animal, fator que consideramos primordial para a produção de leite”, explica ele.
Quando questionado sobre os aspectos mais importantes da realização desta última ampliação, Lutz Lima diz que "foram tomadas algumas precauções principalmente e relação aos fluxos de produtos e pessoas dentro da planta industrial. “O layout foi desenvolvido com o intuito de eliminar qualquer interferência entre as linhas de produção, sendo que produtos como Requeijão Cremoso, Manteiga, Queijo Minas Padrão e Queijo Prato Esférico têm setores independentes dentro da organização da planta. A produção de queijos com responsabilidade ambiental também exigiu adequações importantes, principalmente no tocante ao processamento do soro líquido e na destinação dos efluentes industriais. Nosso soro é concentrado a 18 % utilizando a tecnologia de Osmose Reversa, sendo comercializado diretamente para outros Laticínios que já possuem tecnologia para secagem do mesmo. Desta forma, 3 litros de soro fluido são convertidos em 1 litro de soro concentrado e 2 litros de água pura, utilizada na limpeza de caminhões e áreas externas da planta industrial”.
Comprometido com a responsabilidade ambiental, Lutz Lima diz que este reaproveitamento da água do soro, juntamente com a captação de chuva nas coberturas da planta industrial, reduz bastante a necessidade de uso de recursos hídricos externos. “As calhas da área coberta são direcionadas para tanques de armazenamento, reutilizando parte da água que seria perdida no escoamento pluvial. Temos também uma estação de tratamento de efluentes projetada para absorver mais de 820.000 litros de dejetos líquidos por dia, com capacidade de tratamento de esgoto equivalente a uma cidade de 45.000 habitantes, com uma área de escavação de 2 hectares. Isto demonstra que é necessário um planejamento ambiental bem ajustado para realizar uma produção responsável de lácteos”.
Com o crescimento da fábrica, a Laticínios Davaca ampliou também o seu portfólio de produtos. A empresa, que no 38º Concurso Nacional de Produtos Lácteos, realizado na cidade mineira de Juiz de Fora, foi detentora do título de "Melhor Manteiga do Brasil" e teve também seu Requeijão Cremoso e sua Manteiga entre os destaques nas premiações de 2009 e 2010, diz que terá outros produtos participando dos próximos concursos. Para este ano, ela explica que novos itens, como o creme de ricota, creme de queijo minas frescal, manteiga premium de primeira qualidade com sal, queijo parmesão, queijo de coalho, achocolatado em pó e leite em pó, já estão licenciados para produção e lançamento.
Com a nova fábrica e os novos produtos que a empresa está colocando no mercado, a Laticínios Davaca estima um crescimento de 20,0% ao ano no faturamento para os próximos 3 anos. “A partir daí acreditamos que as taxas de crescimento ficarão reduzidas, havendo a necessidade de uma nova rodada de investimentos como a realizada nos anos de 2011-2012, diz Lutz Lima já pensando mais à frente em busca de resultados ainda melhores.
A matéria é da Equipe MilkPoint, com informações dos Laticínios Davaca.