Analistas estimam lenta desaceleração do IPCA em agosto

Depois de voltar a superar 1% em julho, os preços dos alimentos perderam força ao longo de agosto, principalmente por causa das altas menores de feijão e do leite. Ainda assim, dizem economistas, o ritmo de desinflação continua bastante lento, o que tem mantido o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em nível elevado para essa época do ano.

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Depois de voltar a superar 1% em julho, os preços dos alimentos perderam força ao longo de agosto, principalmente por causa das altas menores de feijão e do leite. Ainda assim, dizem economistas, o ritmo de desinflação continua bastante lento, o que tem mantido o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em nível elevado para essa época do ano.

De acordo com a média das projeções de 26 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, o IPCA cedeu para 0,43% em agosto, após alta de 0,54% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, quando o grupo alimentação e bebidas estava em deflação, o IPCA subiu 0,22%. 

As projeções para o índice oficial de preços, a ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira, vão de aumento de 0,35% até 0,48%. Com a variação de alimentos ainda alta para esse período do ano, o IPCA acumulado nos últimos 12 meses deve acelerar, ao passar de 8,74% em julho para 8,97% em agosto.

Para Leonardo Costa, economista da consultoria Rosenberg Associados, o IPCA subiu 0,45% em agosto, com importante descompressão dos alimentos e bebidas. Em julho, esse grupo aumentou 1,32%, a maior variação desde janeiro. Para agosto, diz, a expectativa é que os preços desacelerem para 0,7%. "Mas para esse período do ano, esse ainda é um número alto. Os alimentos estão perdendo força em um ritmo bem mais lento do que a gente imaginava", afirma Costa. O leite, por exemplo, ainda vai ter um avanço expressivo, de 5,71%, nos cálculos do economista da Rosenberg. Mesmo assim, a variação será metade da observada no período anterior, quando esse item registrou aumento de 10,48%.

Os cereais, leguminosas e oleaginosas, no qual estão o feijão e o arroz, outros produtos que têm pressionado o índice oficial de preços, devem ceder de 17,51% em julho para um aumento de 2,96% no mês passado, afirma Costa. Para setembro, estima o economista, é possível que enfim haja surpresa positiva com os alimentos, já que no atacado os itens que mais incomodaram nos últimos meses têm mostrado tendência de baixa.

Nas contas do banco Itaú, que estima alta de 0,4% do IPCA em agosto, os alimentos e bebidas ainda representaram a principal fonte de pressão para a inflação no mês passado com uma contribuição de 0,11 ponto percentual. Saúde e cuidados pessoas aparecem em seguida, com 0,1 ponto percentual. As despesas pessoais devem ter contribuído com mais 0,09 ponto do índice.

Além disso, ressalta o Bank of America Merrill Lynch (BofA), o aumento sazonal de educação, com os reajustes de mensalidades escolares de cursos diversos, também manteve o IPCA de agosto elevado. O banco projeta aumento de 0,43% para o índice no período.

Costa avalia que, apesar do processo de desinflação estar se mostrando bem mais lento do que se imaginava, o IPCA deve começar a perder fôlego mais rapidamente no último trimestre do ano, principalmente por causa das taxas elevadas registradas nesse período em 2015. 

As informações são do jornal Valor Econômico.
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