Análise: mercados devem ser afetados pelo problema com a Fonterra?

O anúncio da presença da bactéria Clostridium em cerca de 40 toneladas de WPC (concentrado proteico de soro) produzidas pela Fonterra em maio de 2012 e exportadas para a China colocou sob alerta o mercado internacional. Afinal, a Fonterra é a maior exportadora de lácteos e a China é a maior compradora atualmente, de forma que qualquer evento envolvendo as duas potências lácteas pode resultar em mudanças bruscas no mercado.

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O anúncio da presença da bactéria Clostridium em cerca de 40 toneladas de WPC (concentrado proteico de soro) produzidas pela Fonterra em maio de 2012 e exportadas para a China (e Rússia) colocou sob alerta o mercado internacional. Afinal, a Fonterra é a maior exportadora de lácteos e a China é a maior compradora atualmente, de forma que qualquer evento envolvendo as duas potências lácteas pode resultar em mudanças bruscas no mercado.

As 40 toneladas, segundo a empresa, podem ter contaminado cerca de 1000 toneladas de produtos ao consumidor. Há dois efeitos possíveis em situações como essa: primeiro, o aumento da desconfiança no produto neozelandês pode resultar na procura de produto de outras origens, como os EUA, Europa e América do Sul, elevando os preços nessas regiões. A outra consequência, de sinal inverso, seria resultado de uma redução no consumo de lácteos pela China, o que refletiria na queda das cotações – vale lembrar que em 2008 o mercado chinês vinha em forte crescimento, quando o escândalo da melamina resultou na perda de confiança do chinês para com seu próprio produto, abrindo caminho para importações crescentes.

A princípio, em uma análise racional, ambos os efeitos acima são bem pouco prováveis de ocorrer no episódio atual. Primeiro, a Nova Zelândia é conhecida pela qualidade de seus produtos e é pouco provável que um episódio pontual irá manchar essa reputação. Apesar do problema ter ocorrido há bastante tempo, nenhum episódio de doença foi reportado até agora. Também, tudo indica que o problema foi pontual, no soro proteico concentrado, não tendo afetado os principais produtos como o leite em pó integral.

A Fonterra apressou-se a dizer que os rumores de que a China havia fechado a fronteira para os lácteos neozelandeses simplesmente não eram verdade – isso foi feito apenas para produtos contendo soro de leite. Também, a empresa informou que nenhum dos produtos ofertados na plataforma de leilões gDT está sujeito às restrições. Aliás, o problema estourou praticamente às vésperas do leilão do dia 06, que em tese já ocorreu, mas cujos resultados ainda não estão publicados (até o fechamento dessa matéria).

Nesse sentido, é possível que haja um efeito pontual, refletido no resultado do leilão de 6/8 ou no ainda no próximo, como ocorreu com a queda no valor das ações da Fonterra, mas não se espera que o efeito seja duradouro.

Porém, em se tratando de mexer com a confiança do consumidor, ainda mais o chinês, calejado pelo problema da melamina no passado recente e que, ironicamente, foi o responsável pelo grande "boom" do leite na Nova Zelândia após 2008, os efeitos podem ser maiores do que o problema indica. Também, a demora entre a ocorrência do problema e a comunicação do mesmo às autoridades não contribui positivamente para a imagem da empresa. Tudo somado, é esperar para ver.

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