A maioria dos respondentes da pesquisa tinham pelo menos parte de educação superior, com a maioria representada pelo grupo etário entre 25 e 34 anos. A professora de bem-estar animal, Nina von Keyserlingk, da Universidade de British Columbia, no Canadá, e a professora Maria José Hötzel, da Universidade Federal de Santa Catarina, disseram que perder a confiança pública é uma área de “grande risco” para a indústria de lácteos. As duas pesquisadoras, que participaram da pesquisa, responderam que a imagem mais comum divulgada da indústria leiteira é de vacas no pasto, mas isso não reflete a realidade. Elas disseram que menos de 5% das vacas leiteiras em lactação estão em pastos nos Estados Unidos. Com isso, há um risco de a indústria perder a confiança do público à medida que esse se informa mais.
“As descobertas de nossa pesquisa indicam que os respondentes desejam um boa vida para as vacas leiteiras, mas eles também desejam uma fazenda leiteira moderna e eficiente, já que isso garante que o leite que bebem é seguro e abundante e que a fazenda lucrativa certamente terá formas de observar seus animais. Nós realmente vemos essa última parte como uma área potencial de oportunidade para a indústria de lácteos”. Além disso, os respondentes da pesquisa disseram que querem que as vacas recebam menos antibióticos e medicamentos, e eles querem uma fazenda leiteira eficiente que seja capaz de produzir leite de alta qualidade. Com relação ao uso de antibióticos, elas disseram que houve uma “completa rejeição” dessas práticas para propostas de aumentar a produção de leite, mas as pessoas acreditam que as vacas leiteiras precisam ser tratadas de forma responsável quando necessário.
Uma distinção que von Keyserlingk fez é de que esses respondentes da pesquisa não são consumidores em si, mas cidadãos. Todos são consumidores quando vão à loja, mas as pessoas também podem oferecer opiniões quando são questionadas fora das lojas. “Em nossa pesquisa, claramente perguntamos às pessoas suas visões como cidadãos, não como consumidores. Se pensarmos sobre essas duas posições diferentes e seus papéis, acho que isso explica porque as pessoas frequentemente dizem uma coisa quando questionadas cara a cara (ou por telefone), mas agem de forma diferente quando estão nas lojas comprando seu alimento”.
Embora von Keyserlingk tenha argumentado que as companhias agrícolas frequentemente argumentam que as práticas mudarão quando os consumidores estiverem dispostos a pagar mais, ela considera que essa é uma proposição arriscada, à medida que “está colocando a sustentabilidade de sua indústria nos ombros de pessoas não informadas”.
As informações são do Dairy Reporter.