Agronegócio brasileiro é 1º do mundo, mas produção de leite é 5ª divisão, diz especialista
O agronegócio brasileiro é o melhor do mundo. O país é um dos principais produtores e exportadores de alimentos, como soja e milho, e de proteína animal, como carne bovina, suína e de aves, mas um de seus produtos, o leite, em razão da baixa produtividade e carência de maior organização é encarado como o "patinho feio" do segmento, como a "quinta divisão". A dura análise foi feita na manhã da terça-feira (02/06), pelo engenheiro e professor associado no Insper e na Universidade de Missouri (EUA), Fabio Ribas Chaddad, em palestra no 18º Encontro Técnico do Leite, no centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande.[...]
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Chaddad afirmou que a produção de leite no Brasil precisa melhorar substancialmente em qualidade, quantidade e o produtor precisa ter uma maior apropriação dos valores que seu produto gera. Para fundamentar sua opinião ele apresentou dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), que apontam que entre 2003 e 2013 a produção de leite brasileira cresceu 49,3% passando de 22,943 bilhões de litros, a sexta maior do mundo, para 34,255 milhões, a quarta maior do planeta, mas que esse aumento ocorreu principalmente em razão da ampliação do rebanho bovino e em menor proporção de aumento de produtividade.
A produtividade, segundo ele, neste mesmo intervalo de tempo passou de 1.192 litros de leite por animal/ano para 1.492 litros por animal/ano, o que representa um crescimento de 25,16%, mas que fez com que o Brasil subisse 13 posições no ranking mundial de produção de leite, avançando da 109ª posição para o 96º lugar na listagem, ainda muito distante dos líderes mundiais em rendimento: Israel, em primeiro, com 11.038 litros por vaca/ano, Coreia do Sul, com 10.160 litros por vaca/ano, Estados Unidos, com 9.902 litros por vaca/ano, Dinamarca, com 8.766 litros por vaca/ano e o Canadá, com 8.739 litros por vaca/ano.
Especificamente em relação a Mato Grosso do Sul, onde a palestra foi apresentada, o professor destacou com base em informações de 2010 do Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística (IBGE), que o estado naquele ano foi o 12º maior produtor brasileiro, com uma produção total de 511 milhões de litros e média de 968 litros por vaca/ano, 60,19% menor do que a de Santa Catarina, que obteve a melhor produtividade do país no ano, com a média de 2.431 litros por animal/ano.
“Para que a produção de leite deixe essa condição, para que a produção aumente, para que o leite tenha mais qualidade e o produtor seja melhor remuneração, acredito, fazendo uma metáfora com o futebol, que o produtor precisa melhorar sua defesa e seu ataque. Na defesa, precisa fazer a lição de casa. Produzir mais leite utilizando menos recursos, como menor quantidade de animais e insumos, por exemplo. Já no ataque precisa capturar o valor que cria com o seu produto e que outros elos da cadeia, como as trades e as indústrias estão capturando hoje. Para isso, a resposta é o cooperativismo. Esse é o único caminho para o produtor colocar mais dinheiro no bolso”, aponta.
Por fim, o pesquisador defendeu a adoção de uma medida polêmica, a abertura do mercado brasileiro ao leite e produtos lácteos de outros países. “Para os outros setores do agronegócio, o Brasil, que é um dos principais exportadores do mundo, se posiciona contra o protecionismo, então, por qual motivo no caso do leite adota uma postura contrária, de proteção ao seu produtor? Precisa abrir o mercado, sofrer com a concorrência, para que os produtores e o restante da cadeia, por questão de sobrevivência, aprimorem seus processos produtivos. Vai ser difícil, mas os bons produtores, vão sobreviver, vão crescer e ganhar competitividade. O desafio é transformar a produção de subsistência em produção industrial. Fazer com que a atividade se profissionalize”, concluiu.
As informações são do G1.
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AREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 11/06/2015
LONDRINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 11/06/2015
DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 06/06/2015
Uma pena que na Academia ainda persista esse pensamento.
O leite é dos produtos mais carregados de subsidio e seu pequeno comercio mundial é cheio de preticas desleias de comercio.
O Brasil é aberto ao mercado externo mas corretamente se protege dessas práticas que tanto mal já fizeram à produção nacional.
Melhorar significa fazer escolhas. Talvez a escolha dos segmentos que o governo escolheu para fomentar seja equivocada. Mas nada a ver com abertura de mercado comparando baixa eficiencia do produtor brasileiro aos seus pares internacionais.

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 04/06/2015

PALMAS - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 03/06/2015
Esses dados deveriam ser coletados de outra forma mais técnica, para não quebrar a media dos produtores profissionais. E de regiões mais avançadas com tecnologias.

PEJUÇARA - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 03/06/2015

PARANAVAÍ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 03/06/2015
Abraços,
Genécio Feuser

AREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 03/06/2015
Como faz o Canadá, os USA a Europa?
Ora Dr. Fábio. A realidade é outra.
Comparar a produtividade de Israel c/o Brasil, sem levar em consideração o numero de animais e a área é não conhecer a realidade.
Desculpe-me