Agora é o leite que entorna a inflação

O preço de alguns produtos subiu bem mais do que a inflação brasileira nos últimos 12 meses, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE. Sobre o aumento dos preços dos produtos lácteos, Pierre Vilela, coordenador da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), esclarece as altas: "Houve antecipação da entressafra".

Publicado por: MilkPoint

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De acordo com uma pesquisa do site Mercado Mineiro, das 73 mercadorias (leite e derivados) que tiveram os preços comparados, entre março e junho, 66 apresentaram alta no período. E o reajuste vem na sequência de outros aumentos que pressionam o bolso do consumidor.

O preço de alguns produtos subiu bem mais do que a inflação brasileira nos últimos 12 meses, encerrados em maio, que ficou em 6,5%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O de uma marca de achocolatado (embalagem de 200ml), por exemplo, disparou 34,34%, de R$ 0,99 para R$ 1,33. A disparidade fica ainda maior quando confrontados o aumento das mercadorias, entre março e junho, e a inflação no acumulado do ano (janeiro a maio). O IPCA, por exemplo, ficou em 2,88%.

Já o valor médio de uma marca de leite condensado saltou 25,26%, de R$ 1,94 para R$ 2,43. O de um leite integral, por sua vez, avançou 13,37%, de R$ 2,02 para R$ 2,29. Com quatro palavras, Pierre Vilela, coordenador da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), esclarece as altas: “Houve antecipação da entressafra”.

Ele detalha a explicação: “Tivemos um verão conturbado, com falta de chuvas. Os pastos estão acabando mais rapidamente do que em relação ao ano passado. Dessa forma, o período mais grave, que seria a partir de agosto ou setembro, foi antecipado. A indústria já reajustou os preços desde abril. Agora, está repassando para o varejo. A tendência é de que tenhamos uma entressafra pior do que a do ano passado, principalmente do ‘meio-centro’ do estado para cima, como nas regiões Centro-Oeste, Alto Paranaíba e Noroeste, importantes bacias leiteiras”.

Consumidores sentiram no bolso os últimos reajustes do leite e derivados. Para se ter ideia, o preço de uma marca de iogurte com 180 gramas subiu 8,73%, de R$ 1,26 para R$ 1,37. 

Segundo a pesquisa do Mercado Mineiro, o preço de uma marca de queijo minas (500 gramas) passou de R$ 15,42 para R$ 15,97. A alta, de 3,57%, pode parecer pequena, mas está acima da inflação no acumulado do ano (2,88%). 

Apesar de a falta de chuva ter gerado o aumento no preço do leite e derivados consumidos em Belo Horizonte, quem estiver disposto a gastar boas solas de sapato pode pagar muito mais barato em vários produtos. Há casos em que o preço entre os estabelecimentos varia em três dígitos. É o caso de uma marca de creme de um chocolate branco, cuja embalagem é de 220 gramas. Os valores variam 109,24%, de R$ 2,38 para R$ 4,98. Já o preço do iogurte pode ser encontrado de R$ 2,48 a R$ 4,95 – diferença de 99,6%.

Embora os preços variem muito, algumas considerações precisam ser levadas em conta, como enfatiza o diretor-executivo do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu.

Uma delas é sobre o prazo de validade dos produtos, o que não foi levado em conta pelos pesquisadores: “É comum estabelecimentos reduzirem o preço da mercadoria cujo prazo de validade esteja chegando ao fim. É uma medida para que o supermercado, por exemplo, não perca a venda daquele produto”. A pesquisa completa pode ser conferida no site do Mercado Mineiro.

A reportagem é do Estado de Minas, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.

Acesse aqui para ler a matéria na íntegra.

 


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rosicleiton garcia da silva
ROSICLEITON GARCIA DA SILVA

SANTA HELENA DE GOIÁS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/06/2013

concordo com os amigos acima, e fico muito feliz que exista produtores com uma visão ampla, amigos tenho uma pagina no facebook me adicione e vamos trocar ideias, https://www.facebook.com/rosicleiton.garciadasilva
Roney Jose da Veiga
RONEY JOSE DA VEIGA

HONÓRIO SERPA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/06/2013

Concordo com os amigos, o que realmente vemos em relação aos lácteos, é as indústrias e principalmente o varejo mandarem nos preços finais, geralmente majorando absurdamente, enquanto o produtor pena para conseguir aumentos insignificantes na matéria-prima.

Talvez seja falta de organização de nós, produtores, que nos sujeitamos aos cartéis de laticínios, mas se o governo resolver intervir, tomara que tenha o bom senso de pesquisar e ver onde realmente está o "inflacionismo" dos produtos. Com certeza não é no preço pago ao produtor!
Luciano Hypólito
LUCIANO HYPÓLITO

CAMBARÁ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/06/2013

Gostaria de completar o comentário do companheiro acima, já são anos de inércia de aumento de preços para o produtor, e nas gondolas de mercados os produtos lácteos cada vez aumentando . Não me conformo às vezes que leio uma revista e fala que os preços pagos ao produtor estão entre os mais altos nos ultimos 5 anos, só que e o custo para produzir 1 litro de leite, com os preços de ração caríssimos, adubos, insumos. O pequeno produtor recebendo R$ 0,75-0,80/litro , para o grande R$ 1,05 .

Temos que nos unir produtores e fazer como em Paris, jogar o leite na rua, e manifestar também,

O momento é oportuno.
rosicleiton garcia da silva
ROSICLEITON GARCIA DA SILVA

SANTA HELENA DE GOIÁS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 19/06/2013

E importante ver que a população brasileira já não aquenta mais tanta impunidade pela administração públicas, e fico muito satisfeito em ver as manifestações que está acontecendo... E só sinto falta dos agricultores em abraçar os manifestação para mostrar ao mundo o quanto somos massacrado pelo nosso país, e mesmo assim somo responsável por segurar o desenvolvimento do Brasil..

Nos, produtores rurais, não temos leis trabalhistas que garantam o cumprimento do acordo com nossos trabalhadores, pois hoje e tantas legislação criada que e' impossível cumpri-las... assim seria o caso de - para aplicar todas a leis pedidas -- deveriamos vender um litro de leite a 5 reais e um saco de soja a 80 reais, no minimo...

Nossa classe esta' tão desfavorecida que vimos tanta criação de leis mas não vimos o governo cumpri-las...

Hoje qualquer produtor perante a lei e' considerado como bandido ou criminoso, nenhum argumento está a favor dos agricultores. E infelizmente nossa CNA e FAEG não estão a favor dos produtores, vemos isso todos dia..

Um caso muito grave e' a perda de propriedade por invasão dos índios.., alguns caso os índios tem direitos mas outros não, e mesmo assim eles tem direito..., E nossa CNA ou FAEG só vão atuar na hora que tiver resolvido o problema ou na hora que o povo explodir com eles, O produtores brasileiros precisam ter receita liquida, chega de copiar outros países e de inventar moda. Nos precisamos apenas de ter resultado na atividade, pois necessitamos de qualidade de vida... e não de viver em propaganda. O LEITE SOBE TANTO NO SUPERMERCADO MAS PARA O PRODUTOR NUNCA.
Qual a sua dúvida hoje?