De acordo com o relatório do MTT Agrifood Research Finland chamado “Competitividade das cadeias leiteiras do Norte da Europa”, a remoção das cotas de produção de leite da UE no próximo ano “acelerará: a maior concentração geográfica da produção de leite nos países dessa região, como Alemanha, Dinamarca, Suécia, Polônia e estados Bálticos.
Pelo sistema de cotas, que foi introduzido em 1984 para resolver o problema do excesso de produção, cada estado membro da UE tinha uma cota nacional que era distribuída aos produtores. Se um país excedesse sua cota, tinha que pagar uma multa à UE. O sistema deverá, entretanto, ser abolido em abril de 2015.
“A remoção das cotas de leite em um ano modificará profundamente a distribuição dos volumes de produção nos países da UE, como o grande efeito da reforma na política do açúcar da UE, que foi realizada há alguns anos, pode sugerir. A abolição de cotas acelerará um processo amplo de mudanças estruturais que vem ocorrendo há anos e aumentará a concentração geográfica da produção agrícola na Europa”.
O estudo do MTT chamou essa concentração geográfica de “cinturão de produção de leite”.
Financiado pelo Ministério de Agricultura e Silvicultura da Finlândia, o estudo envolveu uma comparação entre vários países das cadeias de fornecimento de lácteos da Finlândia, Dinamarca, Alemanha, Polônia, Estônia, Látvia e Lituânia.
“Altos preços dos grãos e oleaginosas e a melhor lucratividade resultante da produção agrícola têm atraído os produtores na Europa Central para mudar seu foco para a produção agrícola. Concorrentemente, um cinturão de produção de leite tem sido formado nas regiões costeiros do norte da UE, que vai da Irlanda até a Bretanha, os países da Benelux, bem como os estados Bálticos para o leste. A especialização geográfica prossegue principalmente em termos relativos, com a produção de leite ganhando importância nas áreas costeiras e a produção agrícola fazendo o mesmo na Europa Central. Isso não implica, entretanto, no desaparecimento de fazendas leiteiras fora do “cinturão do leite”, mas que a produção está cada vez mais migrando para essa área do continente”.
A reportagem é do Dairy Reporter, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint Brasil.
